Em igual período, o resultado operacional (EBIT) "aumentou mais de metade para atingir 3,2 mil milhões de euros", sendo que a sua margem melhorou 4%, comparada com 2,8% um ano antes.

"O resultado bem-sucedido de 2021 reforça a nossa confiança à medida que enfrentamos o ambiente desafiador deste ano", afirmou Stefan Hartung, presidente do Conselho de Administração da Robert Bosch GmbH, na apresentação dos resultados anuais.

O grupo Bosch aumentou de vendas em todas as regiões.

Na Europa, "as vendas totalizaram 41,3 mil milhões de euros, um aumento de 8,9%" face ao ano anterior, sendo que ajustado aos efeitos da taxa de câmbio, a subida é de 10%.

Na América do Norte, as vendas cresceram 6,5% (9,3% depois de ajustado os efeitos da taxa cambial) para 11,4 mil milhões de euros, e as vendas na América do Sul totalizaram 1,4 mil milhões de euros, mais 32% em termos homólogos (45,1% depois de ajustado os efeitos cambiais).

Na região Ásia Pacífico, que inclui outras regiões, as vendas atingiram 24,5 mil milhões de euros, mais 13,1% em termos homólogos (11,7% após ajustamentos).

No final do ano passado, o grupo Bosch empregava 402.614 pessoas em todo mundo, mais 7.580 face a 2020.

"Este crescimento foi visto em todas as três regiões: Europa, América e Ásia", refere o grupo.

Na conferência de imprensa de resultados, o 'chairman' salientou que uma das principais incertezas que se vive atualmente é a guerra na Ucrânia e os seus impactos, afirmando que a situação atual deixa evidente a pressão sobre os decisores políticos e a sociedade para que se tornem menos dependentes dos combustíveis fósseis e procurem vigorosamente o desenvolvimento de novas fontes de energia.

A Bosch vai investir 3.000 milhões de euros ao longo de três anos em tecnologia neutra para o clima, tais como a eletrificação e o hidrogénio.

Stefan Hartung considerou que a guerra vai atrasar o progresso na redução das emissões de carbono no curto prazo, mas no longo prazo acelerará a transformação tecnológica na Europa.

No ano passado, os pedidos da Bosch relacionados com a eletromobilidade ultrapassaram, pela primeira vez, os 10 mil milhões de euros.

O 'chairman' anunciou ainda que, nos próximos três anos, o grupo vai investir mais 10 mil milhões de euros na transformação digital dos seus negócios.

O grupo alemão vai reforçar a aposta na termotecnologia e investir 300 milhões de euros no negócio de bombas de calor até meados da década, sendo que este ano vai arrancar com este negócio em Portugal.

A Plataforma de Energia do portfólio de Indústria 4.0 da Bosch já está em uso em 80 projetos de clientes e em 120 localizações da Bosch. Paralelamente, o grupo está "a adotar a eletrificação na sua tecnologia industrial", de acordo com a empresa, que espera que "30% da maquinaria móvel seja eletrificada até 2030, o que se traduz num volume adicional de mercado para sistemas de alta tensão no valor de 1,5 mil milhões de euros".

"Numa unidade de projeto com a VW [VolksWagen], estamos a trabalhar para estabelecer uma empresa que equipará fábricas de células de bateria na Europa", de acordo com Rolf Najork, membro do Conselho de Administração da Robert Bosch GmbH, que supervisiona o setor de negócios de tecnologia industrial.

O objetivo comum é liderar no custo tecnologia em sistemas de produção de baterias em grande escala e os especialistas estimam que a tecnologia de produção de células de bateria ascenda a um volume de mercado acumulado de 50 mil milhões de euros em todo o mundo dentro de oito anos (2030).

No primeiro trimestre, as vendas da Bosch subiram 5,2%, esperando superar a previsão de crescimento anual de 6%.

No entanto, o setor de soluções de mobilidade tem sofrido a pressão de custos, que é muito elevada, tendo sido referido, na conferência de resultados, que os preços de certas matérias-primas praticamente triplicaram desde 2020.

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