Juros sobem 186 milhões se taxas do mercado subirem 1 ponto percentual
Um aumento das taxas de juro do mercado da dívida pública em um ponto percentual (p.p.) iria custar ao Estado mais 186 milhões de euros este ano, em contas nacionais, calcula o Governo, no Programa de Estabilidade, hoje divulgado.
© Lusa
Economia Programa de Estabilidade
Segundo o Programa de Estabilidade (PE) 2022-2026, enviado pelo Ministério das Finanças na sexta-feira ao parlamento e conhecido hoje, um aumento de um p.p. ao longo de toda a curva de rendimentos da dívida pública portuguesa deverá traduzir-se num incremento dos juros do Estado em 2022 de 70 milhões de euros em contas públicas e de 186 milhões de euros em contas nacionais, o que correspondente a cerca de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Ministério das Finanças incluiu no documento um cenário para averiguar o grau de incerteza que envolve a previsão de juros de dívida pública para o período de 2022 a 2026.
Neste exercício, calculou que a rubrica de juros do Estado iria aumentar gradualmente entre 2023 e, até um máximo, em 2026, de 1.098 milhões numa ótica de caixa e 1.269 milhões de euros numa base de acréscimo, aproximadamente 0,4% e 0,5% do PIB, respetivamente, se as taxas de juro do mercado subissem em um p.p..
No caso de o aumento ser de 2 p.p., o incremento dos juros do Estado seria de 174 milhões de euros em contas públicas e de 405 milhões de euros em contas nacionais, cerca de 0,1% e 0,2% do PIB, respetivamente, refere o Governo.
Neste cenário, os juros do Estado iriam aumentar "gradualmente nos anos seguintes, até um máximo, em 2026, de 2175 milhões numa ótica de caixa e 2515 milhões de euros em contabilidade nacional (aproximadamente 0,8% e 0,9% do PIB, respetivamente)".
O Governo assinala que "num contexto de taxas de juro historicamente baixas, a estratégia de gestão do risco da taxa de juro tem consistido em estender o prazo médio e a duração das novas emissões".
"No final do ano de 2021 a duração modificada da carteira de dívida total e ajustada situava-se em 5,65 e 6,43, respetivamente; o que compara com 5,71 e 6,30 no final de 2020", explica, acrescentando que "no final de 2021, a dívida a refinanciar ou com taxa de juro a refixar8 nos 12 meses seguintes era de 5,15% do total da dívida".
O executivo salienta que as taxas de juro que Portugal tem assegurado nos mercados financeiros "têm-se mantido abaixo do custo do stock total de dívida", permitindo em 2021 reduzir a despesa total com juros "em mais de 3.000 milhões de euros face ao valor suportado em 2015".
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