Défice fiscal brasileiro cai 67% até outubro para 4,26% do PIB
O Brasil acumulou um défice fiscal de 302,8 mil milhões de reais (47,7 mil milhões de euros), entre janeiro e outubro deste ano, uma queda de 67% face ao mesmo período de 2020, divulgou hoje o Banco Central.
© Lusa
Economia Brasil
Entre janeiro e outubro de 2020, as receitas e despesas somadas do Governo central, administrações regionais e municipais e empresas estatais brasileiras acumulou um saldo negativo recorde de 919,4 mil milhões de reais (cerca de 144,8 mil milhões de euros), o que representou 15,06% do Produto Interno Bruto (PIB).
O défice nas contas públicas brasileiras acumulado nos dez primeiros meses deste ano é menor do que no mesmo período de 2019, ou seja, antes da crise económica provocada pela pandemia de covid-19, quando o saldo negativo acumulado foi de 337,5 mil milhões de reais (cerca de 53,1 mil milhões de dólares), montante equivalente a 5,50% do PIB brasileiro.
A melhoria significativa nas contas públicas do país sul-americano deveu-se à recuperação da economia em 2021, ano para o qual se espera um crescimento de 4,78% do PIB, após a retração histórica de 4,10% registada em 2020 devido à crise gerada pela pandemia de covid-19.
Além de um forte aumento da arrecadação de impostos devido à reativação das atividades económicas, o Governo brasileiro reduziu os elevados gastos que alocou no ano passado para aliviar as consequências da crise sanitária, incluindo o valor dos subsídios que distribuiu entre os mais pobres e os gastos com saúde para a aquisição de vacinas.
A crise do ano passado fez com que o Brasil encerrasse 2020 com um défice histórico nas suas contas públicas de pouco mais de um bilião de reais (cerca de 160 mil milhões de euros), montante equivalente a 13,63% do PIB do país.
O défice de todo o setor público brasileiro nos últimos 12 meses até outubro, por outro lado, caiu para 398,7 mil milhões de reais (62,7 mil milhões de euros), o que corresponde a 4,72% do PIB.
Se a atual política de ajuste fiscal for mantida nos últimos dois meses do ano, o Brasil pode encerrar 2021 com défice fiscal inferior ao de 2019, que foi o menor registado desde 2013, quando o saldo negativo foi equivalente a 2,96% do PIB.
O Banco Central brasileiro divulgou ainda que a dívida bruta do setor público brasileiro era em outubro de 7 biliões de reais (1,1 biliões de euros), equivalente a 82,9% do PIB.
De acordo com o órgão emissor, a queda de 5,9 pontos percentuais na relação entre dívida e o PIB até agora neste ano deveu-se principalmente ao crescimento da economia, que fez com que essa relação diminuísse em 10,6 pontos percentuais.
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