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Governo quer que concorrentes façam "grande parte" dos comboios da CP

O caderno de encargos para a compra de comboios para a CP pretende que os concorrentes "percebam" que vão ter que fazer uma grande parte do trabalho em Portugal e com empresas portuguesas, disse o ministro das Infraestruturas e Habitação.

Governo quer que concorrentes façam "grande parte" dos comboios da CP
Notícias ao Minuto

19:13 - 20/10/21 por Lusa

Economia Portugal

Num discurso que marcou o lançamento do Centro de Competências Ferroviário (CCF), em Guifões, Matosinhos, Pedro Nuno Santos começou por dizer que há "uma legislação europeia muito desafiante", que quase parece existir "para garantir a divisão do trabalho que existe se mantenha", ou seja, com o turismo, têxtil, calçado e outros a serem realizados em Portugal, enquanto "comboios e aviões são os alemães e franceses", criticou.

"Qualquer coisa que possamos colocar no caderno de encargos pode ser usado para o impugnar", admitiu, indicando que as regras "são muito difíceis" nesta matéria.

"O que estivemos a fazer foi, dentro da lei europeia, explorar todas as possibilidades para que quem queira vender a Portugal saiba que tem de fazer alguma coisa cá. Não podemos garantir que isso vá acontecer, mas sim que as condições estão criadas para que os concorrentes percebam que, para poder vender a Portugal, têm de fazer cá" uma parte dos trabalhos, sublinhou.

Em causa está o concurso para a CP - Comboios de Portugal comprar 117 unidades automotoras elétricas, das quais 62 para serviços urbanos e 55 para serviços regionais.

O Conselho de Ministros autorizou um gasto até 819 milhões de euros, mais IVA, para a compra dos 117 comboios e determinou ainda que a CP pode incluir nos documentos de concurso o direito de opção de aquisição de até 36 unidades adicionais para os serviços urbanos.

"Espero que o concurso seja lançado em breve", disse hoje Pedro Nuno Santos, sem avançar datas concretss, salientando, no entanto, que o objetivo é que "o caderno de encargos garanta, e que [os concorrentes] percebam que para vender comboios a Portugal vão ter que fazer uma grande parte cá e com empresas portuguesas".

"Temos o direito, ambição e a capacidade de produzir cá, temos do melhor que há no mundo", salientou ainda.

O ministro acredita ainda que estes construtores terão "a capacidade de se estabelecer para fornecer Portugal, mas também usar Portugal como base para exportar para todo o mundo".

"Se conseguirmos que as nossas empresas ganhem competências na indústria, (...) amanhã vamos ter empresas portuguesas que não fazem um comboio, mas vão ser fornecedores dos construtores de comboios", salientou Pedro Nuno Santos.

O ministro defendeu que se o país vai "investir na ferrovia", que seja Portugal a beneficiar" do investimento.

"Esta é a outra característica deste país", ironizou, dizendo que Portugal é "ótimos a importar", e salientando que para "sair da cepa torta" é preciso "produzir e vender cá dentro" e depois começar a vender ao estrangeiro.

O governante esteve na apresentação do CCF, que vai dar formação, incubar empresas e trabalhar em investigação no setor ferroviário e que deverá arrancar em 2022.

Leia Também: É fundamental que a CP se posicione na alta velocidade, diz Nuno Freitas

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