Energia Simples envia clientes para mercado regulado mas admite regressar
A empresa Energia Simples vai deixar de comercializar energia elétrica, enviando os seus 7.000 clientes para o mercado regulado, mas admite regressar, caso a situação atual, de preços elevados, se altere, disse à Lusa fonte oficial.
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Economia Energia Simples
A mesma fonte confirmou o envio de uma carta, noticiado pelo Expresso, a avisar os clientes de que irão ser transferidos para o mercado regulado.
"Os preços recorde no mercado grossista" puseram "em causa a sustentabilidade da empresa e obrigaram os comercializadores a reforçar as suas garantias bancárias", justificou a empresa, sedeada no Porto.
Questionada sobre se iria regressar ao mercado, caso a situação se altere, a empresa disse que sim.
"Neste momento, a Energia Simples está empenhada em desenvolver medidas que nos permitam criar ofertas comerciais adequadas e que, ao mesmo tempo, façam face à crise energética, em linha com o nosso compromisso ambiental", referiu.
"Esta medida salvaguarda assim a atividade de agregação de produtores em regime de mercado, representação de produtores no mercado e compra e aquisição de excedente de autoconsumo, no qual somos líderes de mercado, bem como nas áreas de investigação e a atuação de comercialização em Espanha", acrescentou o grupo.
De acordo com a Energia Simples, em causa estão 7.000 clientes de todo o país, sendo que "a data de transferência depende da ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos]" e garantindo que "os clientes vão receber uma comunicação final por parte do CUR [Comercializador de Último Recurso] aquando da transferência".
Questionada pela Lusa, a ERSE disse que "submeteu a consulta de interessados, em 01 de outubro, um conjunto de medidas extraordinárias para os setores elétrico e do gás natural destinadas a minorar os efeitos adversos dos preços nos mercados grossistas".
De acordo com a entidade, o prazo da consulta de interessados terminou no dia 13 de outubro "estando nesta fase a ERSE a analisar os comentários recebidos".
"A ERSE só se poderá pronunciar sobre casos concretos após a finalização do processo e a aprovação das novas regras que visam preservar o funcionamento do mercado da energia, limitando os impactes adversos sobre o setor", realçou.
Esta é já a segunda comercializadora a transferir os clientes para o CUR, depois de no dia 11 deste mês a ERSE ter informado que a HEN deixou de ter condições para fornecer serviços energéticos, por "incumprimento de obrigações", e que a SU Eletricidade passa a garantir o fornecimento dos seus cerca de 3.900 clientes.
"A ERSE foi formalmente notificada de que o comercializador HEN - Serviços Energéticos, Lda. deixou de ter condições para assegurar o fornecimento aos seus clientes, por incumprimentos de obrigações decorrentes da sua atuação no mercado elétrico", lê-se num comunicado do regulador da energia.
Assim, a ERSE determinou que os cerca de 3.900 clientes do comercializador em causa passam a ser fornecidos pelo CUR, função desempenhada pela SU Eletricidade.
Segundo o regulamento de relações comerciais dos setores elétrico e do gás, o CUR - que fornece todos os clientes que não optaram por um comercializador de mercado - deve garantir o abastecimento aos consumidores no caso de o respetivo comercializador ficar impedido de o fazer, seja por impedimento legal, ou insolvência.
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