Aumento de 10% na investigação fundamental aumenta produtividade em 0,3%
O crescimento de 10% na investigação fundamental nos países causa ganhos de produtividade médios de 0,3%, subindo esse valor para 0,6% no caso de investimento estrangeiro nessa componente, divulgou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).
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Economia FMI
"Estima-se que o aumento de 10% na investigação fundamental doméstica aumenta a produtividade em 0,3%, em média", pode ler-se no terceiro capítulo das Perspetivas Económicas Mundiais do FMI, hoje divulgado, que adianta que esse valor sobe para 0,6% no caso de investigação estrangeira.
Segundo o capítulo, intitulado "Investigação e Inovação: Combater a pandemia e fomentar o crescimento a longo prazo", a investigação fundamental "é um fator chave da inovação e produtividade, e o conhecimento científico fundamental espalha-se internacionalmente mais longe do que o conhecimento aplicado".
O FMI considera ainda que o espalhar de conhecimento internacional é "mais importante para a inovação em mercados emergentes e economias em desenvolvimento do que em economias avançadas".
"A fácil transferência de tecnologias, a colaboração e a livre circulação de ideias entre fronteiras deveriam ser prioridades chave", defende a instituição internacional.
O FMI calcula ainda que uma separação de investigação fundamental entre os Estados Unidos e a China poderia ter efeitos negativos grandes na produtividade mundial, com um declínio inicial de até 0,8%".
A entidade liderada por Kristalina Georgieva considera também que a investigação fundamental nas economias avançadas "é subfinanciada".
"Como resultado, políticas que financiem a investigação pública e subsidiem a investigação privada terão retorno positivo. Um modelo estimado a partir de três economias avançadas sugere que as taxas de subsidiação para investigação privada deveriam ser duplicadas e a despesa em investigação pública deve ser aumentada cerca de um terço", pode ler-se no texto hoje divulgado.
O FMI defende que alocar o investimento para a investigação fundamental "irá gerar o maior retorno mas, onde não for possível, as parcerias público-privadas podem ser um substituto parcial".
"Apesar de tais políticas se pagarem a si próprias no longo prazo, financiamento para investigação otimizada poderá ser menor em países com preocupações orçamentais imediatas", adverte ainda o fundo.
O FMI lembra ainda que a ciência "tem um papel maior em inovação 'verde' [ecológica] do que em mudanças tecnológicas 'sujas'", sugerindo assim que as políticas científicas podem ajudar a atacar as alterações climáticas.
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