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Suspensão do projeto de gás da Total "não impacta diretamente" a Galp

O diretor de exploração e produção da Galp, Thore Kristiansen, afirmou hoje que a suspensão das operações da Total no projeto de gás de Cabo Delgado, em Moçambique, "não impacta diretamente" as operações da petrolífera portuguesa na região.

Suspensão do projeto de gás da Total "não impacta diretamente" a Galp
Notícias ao Minuto

14:14 - 26/04/21 por Patricia Dinis

Economia Moçambique

"Não nos impacta diretamente, porque as operações em curso na Área 4 continuam a ser para otimizar e para melhorar o produto, de forma a fazê-lo progredir na cadeia de valor", afirmou Thore E. Kristiansen durante um 'webcast' para apresentação dos resultados do primeiro trimestre da petrolífera.

Questionado relativamente à suspensão de operações hoje confirmado pela petrolífera Total, o diretor de operações da Galp reconheceu que "a situação em Cabo Delgado é muito grave", pelo que "é compreensível que tenha, primeiro, de ser controlada para poder garantir a segurança das pessoas que lá trabalham".

A petrolífera Total anunciou hoje motivos de "força maior" para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento da violência armada de rebeldes, com o ataque a Palma, no dia 24 de março, junto ao projeto de gás.

"Considerando a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projeto Moçambique LNG do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projeto Moçambique LNG, a declarar força maior", lê-se em comunicado.

Na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da Total, o presidente do regulador do setor petrolífero em Moçambique considerou "prudente" a atitude da multinacional francesa, enfatizando a necessidade de "preservar e salvaguardar a segurança" de todas as pessoas envolvidas no empreendimento do consórcio na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Na sequência deste anúncio, o Governo de Moçambique assegurou que a petrolífera Total "não abandonou" o projeto de gás natural em Cabo Delgado, palco de alvo de ataques que causaram milhares de deslocados, mas apenas suspendeu as atividades "por tempo indefinido".

"Quero, mais uma vez aqui, reafirmar que não houve e não há abandono da Total, o que houve foi uma suspensão das atividades, devido à insegurança que se vive na área", afirmou o presidente do Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique (INP), Carlos Zacarias, em conferência de imprensa.

Para o Governo, "está claro que a Total mantém as suas obrigações, no âmbito do contrato de pesquisa e produção de petróleo", prosseguiu Zacarias.

Carlos Zacarias assinalou que a cláusula de "força maior" invocada pela Total vai ajudar a mitigar os custos incorridos pelo consórcio concessionário do projeto de gás e pelas empresas subcontratadas, mas não implica o fim do empreendimento.

"O primeiro efeito é que [a invocação da cláusula de força maior] protege os dois lados, na medida em que irá mitigar mais custos que, eventualmente, possam ser incorridos por serviços que não podem ser providenciados", sublinhou.

No novo contexto, prosseguiu, a Total poderá discutir com as empresas contratadas as formas de minimizar o impacto negativo decorrente da paralisação.

Avaliado em 20 mil milhões de euros, o investimento do consórcio liderado pela Total no projeto de gás natural em Cabo Delgado é o maior investimento privado em curso em África.

A portuguesa Galp, a Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm, cada uma, uma participação de 10% num consórcio de exploração e gás natural da Área 4 da bacia do Rovuma, ao largo da costa de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, liderado pela petrolífera italiana Eni e pela americana ExxonMobil.

Leia Também: Governo de Moçambique vai discutir com Total responsabilidade dos custos

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