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OIT defende manutenção de apoios sociais a trabalhadores e empresas

A diretora do Departamento das Atividades dos Trabalhadores da OIT, Maria Helena André, defendeu hoje como "fundamental" a manutenção dos apoios sociais às empresas e aos trabalhadores, receando um "choque retardado" caso sejam retirados pelos Governos.

OIT defende manutenção de apoios sociais a trabalhadores e empresas
Notícias ao Minuto

16:43 - 29/03/21 por Lusa

Economia UE/Presidência:

A responsável da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que participava na conferência "O papel da Economia Social na criação de emprego e na implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais", organizada pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), disse ser "fundamental que se mantenham os esforços contínuos, tanto a nível nacional, como a nível da UE, para apoiar todos os trabalhadores e empresas".

"Os programas económicos e financeiros implementados pelos Governos e pela UE têm sido bem-sucedidos nos apoios às empresas e aos trabalhadores", sublinhou.

Embora reconheça que esses apoios contribuem para "aumentar a pressão sobre as finanças públicas no futuro", Maria Helena André receia "um choque retardado, tanto para as empresas como para os trabalhadores, caso os Governos retirem esses apoios à economia".

"Se analisarmos os relatórios de monitorização da OIT, aquilo que se vê é que quanto maiores são os estímulos orçamentais em percentagem do PIB [produto interno bruto], menores as perdas de horas de trabalho", apontou.

Por isso, "as medidas de estímulo orçamental, por exemplo, o 'lay-off' simplificado em Portugal (...), desempenham um papel muito importante no apoio à atividade económica e na redução da queda do número de horas de trabalho", sustentou a responsável da OIT.

Tendo em conta que "as previsões mais recentes apontam para um maior crescimento económico nos próximos anos", Maria Helena André defende que o que deve ser feito, para já, "é garantir que os que mais sofreram durante a pandemia também vão poder beneficiar desta recuperação".

Nesse sentido, "a recuperação económica tem de ter em consideração modelos económicos alternativos que coloquem as pessoas, em vez do lucro, no centro das suas operações", defendeu, apontando a economia social como resposta aos "enormes desafios" provocados pela pandemia de covid-19.

A responsável da OIT sublinhou que "a pandemia não afetou todos da mesma forma", dado que "os jovens trabalhadores, as mulheres, os trabalhadores migrantes, bem como todos os que não estão numa relação de trabalho formal sofreram de uma forma desproporcional" os efeitos da crise provocada pela covid-19.

Intervindo na mesma conferência, o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Angel Gurría, sublinhou o "impacto positivo" da economia social em relação às condições de trabalho, uma vez que reúne as atividades económicas que não visam apenas o lucro, e, embora sejam de caráter privado, partilham objetivos com o setor público.

A economia social, disse, "aumenta o mercado de trabalho, criando e mantendo o emprego, nomeadamente para os grupos mais desprotegidos", e "reforça o papel de um modelo negocial responsável entre os parceiros económicos e os parceiros sociais", completou.

"O objetivo é termos práticas mais inclusivas nas empresas. Há modelos, como as cooperativas, em que os trabalhadores participam na gestão da própria empresa e isto pode permitir o relançamento de determinadas empresas que estejam a sofrer com a crise", apontou, referindo-se à prática conhecida por 'worker buyout' [aquisição de ações da empresa pelos trabalhadores].

Esta prática consiste num processo de reestruturação no qual os funcionários compram parte ou o total da empresa para a qual trabalham, tornando-se, assim, os proprietários da mesma.

"Há muito potencial da economia social no sentido de que esta desempenha um forte papel numa economia inclusiva", destacou Angel Gurría, acrescentando que a "OCDE está a trabalhar de forma intensa com as autoridades internacionais e locais, bem como com organizações internacionais no setor empresarial, no sentido de despoletar todo este potencial" da economia social.

Leia Também: Covid-19. Palestinianos recebem 100 mil doses de vacina chinesa

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