Guiné Equatorial tem direito a explorar gás apesar da pressão 'verde'
O Ministério das Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial defende que o país tem o direito de explorar petróleo e gás para desenvolver a economia, apesar de "tremenda pressão" dos ativistas e do lóbi das energias renováveis.
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Economia Guiné Equatorial
"Há uma tremenda pressão das organizações não-governamentais e dos lóbis das energias 'verdes', mas ainda há futuro para a indústria do petróleo e gás em África, e nós temos o direito de explorar os nossos recursos naturais para construir as nossas economias, e o potencial de gás natural na Guiné Equatorial oferece essa oportunidade", defendeu o diretor geral para as entidades estatais no Ministério das Minas e Hidrocarbonetos.
Oscar García Bernico falava num pequeno-almoço organizado em Malabo pela Câmara de Energia Africana (CEA), onde as recomendações da CEA e a perspetivas dos atores locais marcaram as intervenções.
Para a CEA, a retenção de capital estrangeiro no continente e a transição energética que as grandes empresas mundiais abraçaram faz com que seja o gás, e não o petróleo, o principal trunfo do continente em matéria de energia.
"Apesar da notável resiliência, o setor petrolífero da Guiné Equatorial está a enfrentar a mesma situação difícil que o resto dos mercados globais de energia, com a queda dos preços, a incerteza na procura e o afastamento de capital", dizem estes empresários, cuja missão é fomentar e facilitar os investimentos em energia em África.
No último relatório global sobre a energia em África, a CEA defendeu que os governos africanos e os atores da indústria devem juntar-se e fomentar a competitividade e a atratividade do setor, sendo que no caso da Guiné Equatorial os autores do relatório, feito com a assistência técnica da consultora WoodMackenzie, apontam que "uma das principais preocupações é a falta de competitividade dos incentivos fiscais e a falta de um ambiente económico que atraia os investidores e sustente a criação de emprego e o crescimento do setor privado".
Para o vice-presidente e responsável nacional da petrolífera Marathon Oil, Simon Smith, "ajudaria muito se os governos na região se juntassem com as petrolíferas internacionais e a indústria em geral quando desenham as políticas que vão afetar a indústria, porque as vozes dos investidores nacionais e internacionais precisam de ser ouvidas para se poderem aprovar políticas que sejam orientadas para os mercados".
De acordo com o comunicado distribuído depois da reunião, os intervenientes concluíram que "o futuro da indústria está nas mãos e na capacidade dos decisores políticos e responsáveis da indústrias de trabalharem em conjunto num programa de reformas mais ambicioso".
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