Cabo Verde entra em 2021 com várias despesas do Estado em duodécimos
Várias despesas do Estado cabo-verdiano vão entrar no próximo ano em regime de duodécimos, conforme prevê a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021, face à previsão de realização de eleições legislativas em março.
© Lusa
Economia Cabo Verde
A medida, prevista no artigo sétimo da proposta de lei que o parlamento cabo-verdiano começa a analisar nos próximos dias, obriga a que se gaste todos os meses, até à aprovação de um eventual Orçamento do Estado retificativo, com o novo Governo, o mesmo valor que estava previsto no orçamento do ano anterior (2020).
Assim, ficam sujeitos ao regime duodecimal, em 2021, despesas do Estado como remunerações certas e permanentes, encargos com a Segurança Social ou transferências correntes às embaixadas e postos consulares, bem como para os serviços da Administração Pública, entre outras.
O mesmo regime de duodécimos será aplicado às transferências correntes para a Presidência da República e Assembleia Nacional, da chefia do Governo, tribunais Constitucional, Supremo e de Contas, à Procuradoria-Geral da República, às Comissões de Recenseamento Eleitoral (CRE), ao Serviço de Informações da República (SIR) e aos Conselhos Superiores da Magistratura Judicial e do Ministério Público, conforme prevê a lei do Orçamento do Estado.
As últimas eleições legislativas em Cabo Verde realizaram-se em 20 de março de 2016, conduzindo à atual maioria parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD) e terminando com a governação de 15 anos consecutivos do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
As finanças públicas de Cabo Verde deverão registar um défice de 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, devido à crise provocada pela pandemia de covid-19, após um máximo histórico de 11,4% em 2020, segundo o Governo.
Os dados constam dos documentos de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021, que ascende a 77.896 milhões de escudos (706,4 milhões de euros).
Trata-se de um aumento de 27,3 milhões de euros em relação ao Orçamento retificativo ainda em vigor, elaborado devido à crise provocada pela pandemia de covid-19.
Depois de uma recessão histórica, entre 6,8% e 8,5% este ano, o Governo cabo-verdiano admite um crescimento económico de 4,5% no próximo ano, mas só se o país conseguir controlar a pandemia e se continuar o desconfinamento internacional.
Para o próximo ano económico -- marcado pela realização de eleições legislativas e presidenciais -, o Governo cabo-verdiano prevê ainda uma inflação de 1,2%, défice orçamental de 8,8%, uma taxa de desemprego a reduzir de 19,2% para 17,2% e uma dívida pública de 145,9% do Produto Interno Bruto.
Cabo Verde regista um acumulado de 7.800 casos de covid-19 diagnosticados desde 19 de março, com 87 mortos por problemas associados à doença, no mesmo período.
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