UGT reclama publicação da Diretiva da Transparência Salarial
A UGT contestou hoje o adiamento da publicação da diretiva europeia para combater as desigualdades salariais e lembrou que na Europa, com a atual tendência, as mulheres terão de esperar 84 anos para ganhar o mesmo que os homens.
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Economia Sindicatos
"Ao ritmo atual, as diferenças salariais entre géneros não serão eliminadas antes do próximo século", afirmou a UGT numa nota de imprensa.
Fonte da UGT explicou à agência Lusa que a central sustentou a sua posição num estudo recente da Confederação Europeia de Sindicatos (CES).
Segundo a CES, que refere que os dados do Eurostat mostram que a diferença salarial entre géneros se reduziu apenas 1% nos últimos oito anos, as mulheres, na Europa, terão de esperar 84 anos para atingir a igualdade salarial, se a tendência atual se mantiver.
Por isso a UGT criticou que a Comissão Europeia tenha adiado "a publicação de uma diretiva que poria termo a este escândalo".
A CES concluiu também que, sem medidas que tornem vinculativa a igualdade salarial, o fosso irá continuar a alargar-se em nove dos Estados Membros, entre os quais Portugal, onde essa diferença passou de 12,8%, em 2010, para 16,8%, em 2018.
"Neste contexto é inaceitável, para a UGT, que a publicação da diretiva da Transparência Salarial tenha sido adiada de 04 de Novembro (dia da Igualdade Salarial) para 15 de Dezembro e que se tenha colocado toda a iniciativa em dúvida ao marcá-la como 'a confirmar'", afirmou a central no comunicado.
A UGT lembrou ainda as "pressões existentes por parte de grupos que se opõem à igualdade" e recusou-se a "aceitar que as mulheres, que tantas vezes estão na linha da frente, em tempos de crise como foi agora com a pandemia, tenham que esperar mais de 100 anos por um salário justo".
A CES vai promover dia 21 uma iniciativa virtual, em que vários dos seus dirigentes e dirigentes dos sindicatos nela filiados farão apelos públicos para que a diretiva europeia seja publicada o mais cedo possível.
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