Diretor defende que solução para problemas da OMC passa por despolitizar
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, que deixa o cargo em 31 de agosto, afirmou hoje que o maior desafio da organização é despolitizar a solução dos seus problemas mais críticos.
© Lusa
Economia Comércio
"Um dos maiores desafios da OMC é conseguir que o seu órgão de apelação funcione corretamente porque sem ele, a OMC não pode cumprir o seu papel de forma adequada", disse Azevedo, numa conferência de imprensa de despedida.
Azevedo, de 62 anos, vai deixar a liderança da OMC um ano antes de acabar o seu segundo mandato e num momento crítico da organização por causa do bloqueio do seu principal mecanismo de resolução de conflitos, paralisado desde dezembro devido à recusa dos Estados Unidos em designar novos juízes.
Antes da conferência de imprensa, Azevedo pronunciou o seu último discurso no Conselho Geral da OMC (a instância mais alta de decisão entre as conferências ministeriais) onde fez o balanço dos sete anos em que esteve à frente da entidade que supervisiona o cumprimento dos acordos que regulam os intercâmbios comerciais internacionais.
"Há que despolitizar as coisas e encontrar soluções para resolver as divergências comerciais (entre os países membros)", apontou.
"Creio que se deve trabalhar de uma forma que ajude a reduzir as tensões", disse o diretor-geral cessante, sem mencionar os dois protagonistas do principal conflito comercial: Estados Unidos e China.
O brasileiro Roberto Azevedo foi eleito diretor-geral da OMC em 2013 e reeleito para um novo mandato de quatro anos em 2017, mas em maio anunciou a sua intenção de abandonar o cargo, numa altura em que a crise causada pela pandemia de covid-19 tem um forte impacto no comércio.
Da sua gestão, Azevedo destacou os acordos para a facilitação do comércio internacional (visando reduzir obstáculos burocráticos) e para a eliminação dos subsídios a exportações agrícolas.
Oito candidatos disputam o cargo de líder da OMC e nas últimas semanas têm surgido várias críticas à gestão do atual diretor-geral, alegando que deixa a organização numa profunda crise.
"Conseguimos fazer tudo o que foi possível e não poupámos nos esforços. Fizemos o que se poderia esperar de forma razoável", justificou.
Liam Fox (Reino Unido), Jesus Seade (México), Ngozi Okonjo-Iweala (Nigéria), Abdel-Hamid Mamdouh (Egito), Amina Mohamed (Quénia), Tudor Ulianovschi (Moldávia), Yoo Myung-hee (Coreia do Sul) e Mohammed al-Tuwaijri (Arábia Saudita) são os candidatos à liderança da OMC.
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