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"Trabalhamos para minimizar prejuízo e não deixar desligar a máquina"

O setor da restauração está a ser um dos mais afetados pela pandemia da Covid-19. Em Braga foi criado um 'Manifesto pela Salvação dos Restaurantes', pelo movimento União de Restaurantes de Braga de Apoio ao Covid-19, criado por mais de uma centena de restaurantes locais.

"Trabalhamos para minimizar prejuízo e não deixar desligar a máquina"
Notícias ao Minuto

07:40 - 27/04/20 por Beatriz Vasconcelos

Economia Restauração

O setor da restauração está a ser um dos mais fustigados pela pandemia do novo coronavírus, motivo pelo qual foi criado em Braga o movimento União de Restaurantes de Braga de Apoio ao Covid-19 (URBAC). Grande parte dos estabelecimentos está encerrada, mas há, no entanto, os que continuam a trabalhar para minimizar o prejuízo, oferecendo alternativas aos clientes obrigados ao confinamento

"Na grande maioria dos restaurantes, a quebra do volume de negócios é de 100%, visto encontrarem-se encerrados. No caso do meu restaurante, o Bira dos Namorados, que acredito que reflita a situação da grande maioria das entidades, estamos apenas abertos em regime de takeaway e delivery. Para nós, a quebra representa mais de 80% do volume de negócio, pelo que neste momento, trabalhamos para minimizar prejuízo e para não deixar desligar 'a máquina'", diz Diogo Carvalho, membro do movimento e proprietário do restaurante Bira dos Namorados, ao Notícias ao Minuto. 

Os dados mais recentes que resultam de um inquérito excecional dirigido às empresas, sobre o impacto da Covid-19, revelam precisamente que o setor do alojamento e da restauração está a pegar uma fatura pesada por causa da pandemia. Foi também por isso que nasceu o projeto URBAC.

"O projeto URBAC surge por iniciativa de um colega da área da restauração, devido à necessidade de nós, entre restaurantes, termos acesso a esclarecimentos essenciais neste momento de crise e incerteza generalizada que enfrentamos", refere Diogo Carvalho.

O proprietário de um dos estabelecimentos que integram este movimento lembra ainda que "antes mesmo de ser decretado o Estado de Emergência, a grande maioria dos restaurantes já estava encerrada". 

Reabertura à vista, mas sem desligar apoio ao setor

O primeiro-ministro, António Costa, adiantou que a reabertura das atividades económicas será graduale faseada, mas irá começar já no dia 4 de maio. Ainda não se sabe quais os setores abrangidos, uma vez que isso só será anunciado depois do Conselho de Ministros de quinta-feira, 30 de abril. Ainda assim, Diogo Carvalho considera imperativo que não se desliguem as medidas de apoio ao setor e, por isso, o movimento defende a necessidade de se ir mais longe.

"Pensando no período após o Estado de Emergência, consideramos que nessa altura já se poderão abrandar algumas medidas de apoio, mas não sem desligar completamente as ferramentas de ajuda ao setor, pois a retoma à normalidade será lenta. Tendo essa demora em conta, pretendemos um lay-off adaptado por três meses, após o Estado de Emergência, que corresponderá ao período de renovação da confiança do consumidor, no qual o Governo deverá comparticipar com 50% dos salários", sugere Diogo Carvalho. 

Apesar de reconhecer que o Governo não tem culpa da pandemia, Diogo Carvalho entende que "até agora os apoios existentes e pensados para o setor da restauração são uma mão cheia de nada, assentes, na sua maioria, em moratórias dos prazos de pagamento e financiamentos com juros, que apenas irão contribuir para o endividamento do setor".

'Manifesto pela Salvação dos Restaurantes'

Foi por isso criado pelo movimento de Braga um 'Manifesto pela Salvação dos Restaurantes' com sete propostas que o grupo considera como sendo cruciais para a manutenção da grande maioria das empresas e postos de trabalho:

  1. Lay-off adaptado, em que o governo deve assumir o pagamento integral dos salários durante o Estado de Emergência. Neste ponto, também incluímos o assunto relativo à inclusão dos sócios-gerentes neste apoio.
  2. Lay-off adaptado, após período do estado de emergência. Durante três meses, o governo deve assumir o pagamento de 50% dos salários, sendo considerado o período de retoma de confiança do consumidor.
  3. Contribuições à Segurança Social e IRS devem ficar isentos desde o corrente mês, e até que termine o período de estado de emergência, e não suspensas como é sugerido.
  4. Após o estado de emergência, durante um período de três meses, o governo deverá assumir uma isenção de 50% na Segurança Social e IRS.
  5. A banca deve: - Suspender o pagamento de financiamentos em curso. - Apresentar juros mais baixos que a linha capitalizar. - Permitir a todas as empresas aceder ao crédito mesmo que apresentem capitais próprios negativos.
  6. Isenção total de taxas e impostos das faturas de água/luz/gás, e suspensão sem penalização dos contratos de comunicações.
  7. Pagamento dos estímulos aprovados por parte do IEFP, Estágios Profissionais, Converte+, estímulo ao emprego.

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