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Grupo BIC quer comprar banco comercial em Cabo Verde

O grupo luso-angolano BIC, que tem em Cabo Verde o BIC IFI (instituição financeira internacional), pretende comprar um banco comercial no arquipélago, disse hoje na Cidade da Praia fonte oficial.

Grupo BIC quer comprar banco comercial em Cabo Verde
Notícias ao Minuto

15:30 - 06/12/13 por Lusa

Economia Angola

A intenção ficou expressa numa conferência de imprensa em que estiveram presentes o presidente do Conselho de Administração do BIC Angola e BIC Portugal, Fernando Teles, o presidente da Comissão Executiva do BIC Portugal, Mira Amaral, e o administrador do BIC Portugal, Jaime Pereira.

Fernando Teles, Mira Amaral e Jaime Pereira não indicaram qual o banco comercial em vista, sublinhando estar tudo ainda em aberto, mesmo a manutenção das operações através da IFI que mantém em Cabo Verde, admitindo, porém, que tem havido contactos com o Governo, banco central e os quatro bancos locais.

No arquipélago existem quatro bancos comerciais - Interatlântico (BI) e Comercial do Atlântico (BCA), ambos detidos maioritariamente pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos (Grupo CGD), o Cabo-Verdiano de Negócios (BCN), ligado ao BANIF, e a Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), cujos principais acionistas são empresas públicas locais (Segurança Social e Correios) e a Geocapital.

A ideia de um banco comercial, segundo explicou Jaime Pereira, é criar uma plataforma africana para a concretização de investimentos e operações no exterior, e coordenar a oferta de produtos e serviços com as operações do BIC nos diversos mercados e jurisdições onde atua (Angola e Portugal).

Indicando que o Grupo BIC irá abrir, em janeiro próximo, um escritório de representação em Joanesburgo (África do Sul) e que está em vias de adquirir bancos na Namíbia e no Brasil, Jaime Pereira salientou que há ainda vários fatores de que dependem a instalação em Cabo Verde.

Entre eles, sublinhou Jaime Pereira, está a aprovação, pelas autoridades cabo-verdianas, da nova Lei de Bases do Sistema Financeiro e a Lei das Instituições Financeiras, anteprojetos que foram postos em discussão em abril deste ano e que preveem a possibilidade de alargamento da atividade bancária e definem o enquadramento normativo de toda a atividade no país.

A promulgação dessas leis, assegurou, vai permitir submeter um pedido de transformação do BIC IFI, atualmente com capitais próprios de 30 milhões de euros - "se quiséssemos abríamos já um" -, para um banco comercial de "largo espetro" na atividade bancária, com agências espalhadas pelo arquipélago.

A nova legislação, ainda por aprovar, poderá também definir se as entidades IFI podem agir como banco comercial, possibilidade encarada pelo Grupo BIC.

"Estamos a olhar para o mercado e poderemos fazer alguma oferta ou avaliar alguma possibilidade que nos pareça razoável como alternativa a uma expansão direta", salientou, secundado por Fernando Teles.

"Agradava-nos mais criar um banco de raiz, mas também temos consciência que o mercado cabo-verdiano não tem grande dimensão e, se calhar, é mais fácil crescermos através de aquisições, tal como fizemos em Portugal", ressalvou Fernando Teles, lembrando a aquisição de cerca de 200 agências bancárias do BPN.

Fernando Teles considerou que Cabo Verde, apesar de pequeno mercado, "tem potencial", tendo como "petróleo" o setor do Turismo, o que poderá trazer novos empresários, parcerias e investimentos, sobretudo num país onde reina a estabilidade política.

Questionado pela agência Lusa sobre se a instalação do Grupo BIC em Cabo Verde pode servir como uma porta de entrada na corrida às privatizações previstas para os transportes aéreos e marítimos, energia, portos e água, Fernando Teles não descartou tal possibilidade, lembrando que há companhias de aviação angolanas, por exemplo, que querem apostar no mercado cabo-verdiano.

Em relação às dificuldades dos empresários cabo-verdianos no acesso ao crédito, Fernando Teles indicou que o Grupo BIC, sendo "muito forte" em Angola e "importante" em Portugal, tem uma abordagem diferente da gestão, "que tem de estar com os clientes e de os incentivar a investir".

"Não vou esconder que é em períodos de crise que se fazem os melhores negócios", salientou Fernando Teles, para quem as dificuldades sentidas na banca cabo-verdiana e no financiamento do próprio Estado abrem boas oportunidades para quem tem liquidez.

Quanto à presença já em Cabo Verde do Banco Africano de Investimentos (BAI), de capitais angolanos, Fernando Teles assumiu tratar-se, ao mesmo tempo, de "um concorrente e um parceiro", defendendo que cada um pode seguir o seu caminho, mas que se podem juntar num sindicato para operações e investimentos de maior valor.

A delegação do Grupo BIC, que deixa a Cidade da Praia hoje à noite, manteve de manhã encontros com a ministra das Finanças cabo-verdiana, Cristina Duarte, e com o Governador do Banco de Cabo Verde, Carlos Burgo, que não falaram à imprensa.

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