Greve? "Voltou à estaca zero. Não cedemos em absolutamente mais nada"
O vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, falou com o Notícias ao Minuto sobre a quebra da 'paz negocial' com a ANTRAM e a possibilidade de existir uma nova greve já no próximo dia 23 maio.
© Reprodução SIC Notícias
Economia Sindicatos
O vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, confirmou ao Notícias ao Minuto que a greve de dia 23 de maio vai mesmo acontecer e que o pré-aviso já foi enviado. Quanto às negociações, o sindicalista culpa a ANTRAM pela quebra da 'paz' e avisa que os motoristas não estão disponíveis para ceder em mais nada.
"Não estamos em condições de ceder em absolutamente mais nada. Voltou tudo à estaca zero. Não estamos para ser mais condescendentes com estas pessoas que não têm palavra para manter estas negociações. Tendo em conta que não estamos para andar aqui a brincar ou a perder tempo, isto não é uma forma de pressionar, é uma forma de reivindicar a nossa posição", disse Pardal Henriques.
Em causa, recorde-se, está um comunicado emitido pela ANTRAM, na quarta-feira, no qual a entidade, que representa as transportadoras, dizia que o SNMMP tinha tido uma "clara mudança de postura" e que tinha proposto um salário base de 700 euros, um valor abaixo dos 1.200 euros inicialmente reivindicados.
"Os 700 euros não foram falados, não existem e nunca foram a nossa posição. Nós não íamos interromper uma greve com o impacto que teve para ter um aumento de 70 euros, isso é ridículo", sustentou o vice-presidente daquele sindicato.
Por considerar que a ANTRAM falhou com o "combinado", Pardal Henriques confirmou que o "pré-aviso de greve já foi entregue. A greve vai realizar-se a partir do dia 23 de maio, por tempo indeterminado", referiu.
O Notícias ao Minuto contactou fonte do Ministério do Trabalho e da Segurança Social para saber se deu entrada algum pré-aviso de greve por parte do SNMMP, mas até ao momento ainda não foi possível obter uma resposta.
A questão é que também o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) pondera juntar-se a esta greve, se não notar uma mudança de postura por parte da ANTRAM na reunião que está agendada para a próxima segunda-feira.
Questionado sobre o apoio que tem obtido por parte dos outros sindicatos, Pardal Henriques indicou que têm "tido o apoio de vários sindicatos, não só do de mercadorias, mas de outros sindicatos que também que se revêem nesta causa, tendo em conta que estão cansados de ver a posição ou do Governo ou das associações e reconhecem esta nossa luta".
Temos estado em contacto permanente com o Governo (...) Compreendemos muito a boa vontade que o Governo tem em resolver este problema, mas neste momento não está nas nossas mãos resolver istoO Governo tem estado atento aos desenvolvimentos entre a ANTRAM e o sindicato. Esta informação foi reiterada por duas ocasiões esta quinta-feira: pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação - que tem acompanhado as negociações - e pela ministra da Presidência e Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva.
Isso mesmo foi confirmado pelo vice-presidente do sindicato, que fala num "contacto permanente com o Governo". Porém, adiantou: "compreendemos muito a boa vontade que o Governo tem em resolver este problema, mas neste momento não está nas nossas mãos resolver isto".
Pardal Henriques aponta o dedo à ANTRAM e descarta responsabilidades ao sindicato: "Eu queria que ficasse claro que nem se quer deve ser imputado ao sindicato a responsabilidade desta greve, porque quem estragou as negociações e demonstrou mais uma vez não ter palavra e andar a brincar tem sido a ANTRAM", concluiu.
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