BCE deve confirmar na quinta-feira fim do programa de compra de dívida
O Banco Central Europeu (BCE) deve confirmar na quinta-feira o fim do seu programa de compra de dívida, mas a acumulação de riscos deve levá-lo também a manter as opções em aberto quanto à trajetória futura.
© Reuters
Economia QE
Segundo analistas citados pela AFP, na reunião de quinta-feira, o BCE deve confirmar o que anunciou no verão, que o programa de compra de ativos lançado em 2015, designado QE (Quantitative Easing), termina no fim de dezembro.
Mas, isso ocorre "numa altura em que a conjuntura da zona euro dá sinais de debilidade", considera Holger Schmieding, economista do banco Berenberg.
Desde março de 2015, quando começou o programa, o BCE injetou já 2,6 biliões de euros na compra de dívida pública e privada, uma iniciativa inédita para facilitar o crédito, apoiar a economia e afastar o espectro de deflação.
Apesar de a zona euro se encontrar no quinto ano consecutivo de crescimento, um ajustamento mais acentuado da política monetária parece, por agora, afastado. "Pelo contrário, o BCE deve deixar as suas opções em aberto quanto à trajetória futura da sua política", prevê a consultora Capital Economics.
No imediato, os analistas esperam também ver o banco central rever em baixa as suas previsões macroeconómicas para 2018 e 2019, estando particularmente atentos às primeiras estimativas para 2021.
As preocupações ligadas ao conflito comercial entre os Estados Unidos e os seus principais parceiros continuam a afetar os mercados financeiros e a pressionar as perspetivas de crescimento.
Na Europa, a incerteza também aumentou após o adiamento no Parlamento britânico de uma votação crucial sobre o acordo do 'Brexit', previsto para terça-feira passada.
O diferendo que opõe a Comissão Europeia a Itália, devido às propostas orçamentais de Roma, também está por resolver e há ainda a situação em França, mergulhada num conflito social com os protestos dos "coletes amarelos" e onde o crescimento será mais baixo do que o previsto no quarto trimestre, segundo o Governo e o banco central francês.
Há vários meses que a instituição liderada por Mario Draghi tem repetido que tenciona manter as taxas de juro nos mínimos atuais "pelo menos" até ao verão de 2019.
O BCE também já afirmou que vai continuar a investir na compra das obrigações que possui e que cheguem ao fim da sua maturidade, mas deverá explicar agora como vai atuar nessa matéria para manter durante mais tempo as condições favoráveis de financiamento.
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