Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 0,97%, para fechar nos 25.115,76 pontos.

Mais fortes foram os progressos do tecnológico Nasdaq e do alargado S&P500, que valorizaram respetivamente 2,01%, para as 7.305,90 unidades, e 1,08%, para as 2.711,68.

"Depois de um mês de outubro particularmente medonho, acabámos os últimos dois dias com alguma doçura", comentou Brian Battle, da Performance Trust Capital Partners.

Mas esta recuperação é insuficiente para recuperar as perdas sofridas ao longo do mês.

Mesmo considerando os últimos dias, os índices apresentam fortes quedas no conjunto do mês. Assim, o Nasdaq recuou 9,2%, que é o seu recuo mensal mais forte desde 2008, o S&P500 perdeu 6,9%, que é sua perda mensal mais acentuada desde 2001 e o Dow Jones desvalorizou 5,1%, a desvalorização mais forte desde o início de 2016.

"Os mercados continuam cheios de prudência, mas depois de terem sofrido fortes movimentos de descida, os investidores começam a ver alguma luz", estimou Nate Thooft, da Manuflie Asset Management.

"O facto é que as economias mundiais, em particular a dos EUA, continuam em forma e a época dos resultados (de empresas) é encorajadora", realçou.

Em particular, os resultados trimestrais da Facebook e da General Motors foram bem acolhidos, o que baseou valorizações respetivas de 3,81% e 9,09%).

Um indicador considerado de bom augúrio para o relatório oficial sobre o emprego previsto para sexta-feira também alimentou o otimismo entre os investidores. Com efeito, o inquérito mensal do gabinete de estudos privado ADP apontou que o setor privado nos EUA contratou mais pessoas do que previsto pelos analistas em outubro.

A recuperação da bolsa foi também puxada pelas empresas-vedeta do setor da tecnologia, cujo desempenho problemático tinha marcado a tendência bolsista nas últimas semanas. Alguns exemplos vieram da Netflix, que subiu 5,59% e da Amazon, que progrediu 4,42%.

Se estas bruscas alterações no mercado não correspondem necessariamente a mudanças fundamentais na saúde da economia, "outubro permitiu recolocar os pêndulos à hora e concentrar (as atenções) na valorização real das empresas", segundo Brian Battle.

Com a época dos resultados, "pode-se ouvir da boca dos empresários como eles veem o futuro", acrescentou.

Porém, o mercado bolsista deve manter alguma indecisão até às eleições legislativas de 06 de novembro nos EUA.

Depois da chegada de Donald Trump à Casa Branca, "houve grandes reformas de redução de impostos e regulamentações, dois elementos que aproveitaram aos investidores", sublinhou.

Mas os investidores interrogam-se agora sobre o futuro destas reformas se a Câmara dos Representantes passar para o controlo dos democratas.