Taxa de rejeição de presidente executivo da Ryanair revela "inquietação"
Os sindicatos europeus que representam a tripulação de cabine da Ryanair defenderam hoje que a percentagem de investidores a votar contra a reeleição do presidente executivo da companhia irlandesa revela "instabilidade".
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Economia Sindicatos
"Embora os investidores e os acionistas da Ryanair tenham optado por reeleger o quadro de diretores [em assembleia-geral], foi dado um claro sinal de protesto [...], 30% votaram contra a reeleição do presidente executivo, David Bonderman. Isto mostra uma crescente inquietação entre os investidores", disse, em comunicado, a plataforma de sindicatos da Ryanair, formada pelo SNPVAC (Portugal), CNE/LBC (Bélgica), ULTRASPORTI (Itália), SITCPLA e USO (Espanha).
Os sindicatos afirmaram estar "confiantes" de que a administração da companhia de baixo custo "não terá outra opção" além de implementar as mudanças necessárias no âmbito do modelo de negócios, nomeadamente, no que se refere à política de emprego.
A plataforma congratula-se com as recentes declarações das comissárias europeias do Emprego, Assuntos Sociais e Mobilidade Laboral, Marianne Thyssen, e dos Transportes, Violeta Bulc, depois de uma reunião entre sindicatos e chefes de gabinete daquelas responsáveis, que sublinharam que as regras estão claras para todos e a legislação não é uma matéria a ser negociada.
"A legislação europeia e nacional deve ser cumprida, com efeitos imediatos e sem quaisquer reservas e todos os governos têm um papel fundamental para reforçá-la", acrescentou o grupo de sindicatos.
A plataforma referiu que, nos últimos dias, esteve reunida, várias vezes, com representantes da Ryanair, sublinhando que os encontros terminaram "sem qualquer acordo sobre quando aplicar a lei nacional".
Os sindicatos exigem uma "resposta coerente e inequívoca" por parte da Ryanair antes da segunda greve europeia dos tripulantes, agendada para sexta-feira da próxima semana.
"Esta greve é um sinal claro de que o movimento sindical está a crescer e, a menos que haja uma mudança de comportamento da Ryanair, vai continuar a evoluir. Os trabalhadores não vão recuar até que a lei nacional seja respeitada por completo", garantiram.
Na quinta-feira, a assembleia-geral da Ryanair aprovou dois pedidos de saída do Conselho de Administração da transportadora.
No comunicado divulgado, na altura, pela companhia irlandesa é referida a decisão de Charlie McCreevy e Declan McKeon de saírem do Conselho.
"O presidente do Conselho de Administração, David Bonderman, agradeceu sinceramente a ambos, Charlie e Declan, pelas suas substanciais contribuições ao longo dos últimos oito anos e deu as boas vindas a Emer Daly e Roisin Brennan, novos membros do Conselho", lê-se no documento.
No relatório anual da Ryanair, o presidente do Conselho de Administração comentava que "apesar das condições comerciais difíceis", a companhia apresentou um "desempenho forte" e destacou o aumento do lucro em 10% para 1,45 mil milhões de euros em 2018, na comparação com 2017.
O ano foi marcado pelo corte nos custos de unidade, pela criação de 1.500 novos postos de trabalho, por mais de 600 promoções e por novos acordos para aumentos de salários com a "maioria dos pilotos e tripulantes de cabine".
Na quarta-feira, os pilotos da Ryanair pediram aos acionistas da companhia que substituam a liderança da empresa, na assembleia geral anual, porque consideram que o atual modelo de emprego e gestão fracassou.
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