Na quarta-feira passada, Real Madrid e Bayern Munique garantiram os últimos lugares de acesso às meias-finais da Liga dos Campeões. 

Depois dos 'underdogs' AS Roma e Liverpool terem surpreendido o velho continente na terça-feira, foi a vez dos favoritos mostrarem a sua 'artilharia pesada'... porém, a passagem não foi fácil para ambas.

'Panzer' a meio-gás foi suficiente para ultrapassar 'automóvel' espanhol sem potência

Ao contrário do que aconteceu na 1.ª mão da eliminatória - com um grande espetáculo de futebol por parte das duas equipas, que culminou com o triunfo por 1-2 do Bayern Munique em Sevilha -, o segundo encontro ficou marcado pela passividade e apatia de ambos os clubes, sendo que, sem qualquer surpresa, o resultado terminou com um nulo (0-0). 

De um lado tivemos um Bayern que apenas se preocupou em gerir o resultado, sendo que maior parte das situações de perigo saiam de lances de contra-ataque rápido e não através de jogadas construídas

Do outro esteve em campo um Sevilha muito cansado - que em muito deve-se ao facto do emblema espanhol já ter disputado 51 jogos esta temporada - que em grande parte das vezes não sabia o que fazer com a bola. 

Sem grandes deslumbres neste duelo, o jogador que mais se destacou foi Ribéry. O único atleta que foi atrás do golo e demonstrou verdadeira vontade em agitar as redes da baliza de Soria. 

Para finalizar, no culminar das duas mãos, a eliminatória dos quartos-de-final terminou com uma vantagem de 1-2 do Bayern Munique sobre o Sevilha. 

A fronteira entre o céu e o inferno nunca foi tão ténue

Depois do Real Madrid ter vencido em Turim por eloquentes 3-0, provavelmente nem o mais confiante dos bianconeros acreditaria numa 'velha senhora' tão mandona no Santiago Bernabéu. Mais uma vez, os problemas defensivos do Real Madrid vieram à tona e na ausência de Sergio Ramos (por castigo) sublinharam-se ainda mais. 

A Juventus provocou rupturas no meio-campo defensivo blanco desde o segundo minuto, altura em que surgiu o golo de Mandzukic, na sequência de um cruzamento de Khedira. De cabeça chegou um golo croata que aumentou, desde cedo, as enxaquecas de um inebriante Real a defender, mas com capacidades reais para provocar rupturas no setor mais recuado dos italianos. Bale, Isco e kroos colocaram em sentido a baliza de Buffon na etapa inaugural, mas foi Mandzukic novamente de cabeça a aumentar a  contagem. Um golo separava os transalpinos da igualdade na eliminatória. 

O Bernabéu estremecia e Keylor Navas mais ainda. O guarda-redes costa-riquenho decidiu ser 'anjinho', à passagem do minuto 61, e abrir as 'asas do diabo'. O guardião, na sequência de um enorme 'frango', permitiu o golo de Matuidi.

Todavia, a casa Real transformou-se mais uma vez num filme de Hitchcock. Um surpreendente final suspendeu um prolongamento que já estava na 'mira' de todos. O árbitro da partida apontou para a marca da grande penalidade, aos 90+4, num lance que gerou enorme dúvidas. Ronaldo decidiu ser o 'mestre da sobrevivência' e apontar o 1-3. Decisivo para a continuidade dos blancos na Liga dos Campeões. O internacional português voltou a mostrar os músculos no Bernabéu e a provar que quem tem um 'marciano' na equipa arrisca-se a sonhar vezes e vezes sem conta.