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"Quando mudas alguma coisa, pensas sempre em mudar para melhor"

Médio de 25 anos deixou o Metz em fevereiro e mudou-se para a Polónia. Em entrevista o Desporto ao Minuto, o antigo capitão do Vitória SC revela de que forma a adaptação ao Legia está a correr.

"Quando mudas alguma coisa, pensas sempre em mudar para melhor"
Notícias ao Minuto

07:59 - 29/03/18 por Francisco Amaral Santos

Desporto Cafú

Cafú mudou-se em fevereiro para a Polónia. Sem espaço e minutos nos franceses do Metz, o médio português de 25 anos transferiu-se para o Legia Varsóvia e não podia estar mais feliz. O jogador que fez formação no Benfica e que foi capitão no Vitória SC afirma ter sido muito bem recebido na capital da Polónia e diz-se motivado com o objetivo de chegar ao título de campeão polaco. 

Depois de Cafú ter falado com o Desporto ao Minuto em janeiro, numa entrevista onde, de resto, tinha admitido que estava a ponderar o futuro, o nosso site voltou a falar com o trinco português. 

Desta vez, o foco reside sobre o balanço da nova aventura de Cafú, num dia em que faz exatamente um mês que chegou ao Legia. 

A conversa foi rápida, mas rica em conteúdo. Da hospitalidade dos polacos, a Varsóvia como Lisboa (mas sem mar) até a um tal de Saganowski (ainda se lembra dele?). 

Primeiro que tudo, quais as primeiras impressões desta aventura em solo polaco? 

As coisas estão a correr bem. As primeiras impressões são muito boas. O Legia é um clube grande aqui na Polónia. O objetivo é ser campeão e há grandes condições. É um clube onde não falta nada. Estou cá há um mês e acolheram-me muito bem. Já joguei dois jogos e agora o campeonato parou – devido à pausa para seleções. Está tudo a correr bem.

Que diferenças encontrou da realidade francesa para esta? 

As diferenças que encontro entre a Polónia e França é que no Metz estava num clube que lutava para não descer. Não querendo ser injusto, nem estar a antecipar nada, mas aquilo está muito mau.

O Metz está condenado à segunda divisão?

Fomos últimos lá o campeonato todo. Não saímos do último lugar o campeonato inteiro. A diferença para os da frente não é de um, nem de dois pontos, mas sim de oito ou nove pontos. Acho que está muito difícil, mesmo muito.

Encontrou, por isso mesmo, um clube completamente diferente daquele em que estava?

Esta mudança em termos anímicos foi muito boa para mim. Vim para um clube oposto e que luta por objetivos cimeiros. É verdade que o campeonato francês é melhor, mas não há que subestimar as coisas. Quando se pensa que se vem para uma realidade diferente e que vai ser mau, as coisas não são bem assim. Aqui há qualidade e o futebol é muito físico. Há jogadores de qualidade.

Notícias ao Minuto[Cafú jogou nos últimos dois jogos do Legia.]© Reprodução Facebook Legia Varsóvia

Presumo então que a adaptação esteja a correr bem...

Está a correr bem. Tenho dois brasileiros na equipa, o Eduardo e o Maurício, um espanhol e um francês. Neste casos é normal que eu me junte mais aos jogadores que falam as mesmas línguas que eu. Há essa tendência e, por isso, adaptei-me muito bem.

E que país encontrou? 

Sinceramente? Estou surpreendido. Estou em Varsóvia, que é a capital e que tem dois milhões de habitantes. É como Lisboa, só que não tem mar (risos). É uma cidade com muitos estudantes e jovens. Estou a gostar muito da experiência porque tem tudo. Foi uma mudança drástica. Metz era uma cidade pequena  e por isso a mudança foi muito grande.

Levou a família consigo?

Sim, tenho cá a minha família e tive atendimento de clube grande. Tenho pessoas no clube que me ajudam. As primeiras semanas são sempre para conhecer melhor as coisas. O clube tem uma pessoa que ajuda as companheiras dos jogadores. Quando a minha esposa precisa de alguma coisa, essa pessoa ajuda-a e diz-lhe tudo. Tratam de tudo. Não nos falta nada.

O quão importante é para um jogador receber esse apoio por parte do clube? 

Eu adapto-me muito rápido às coisas, mas para a minha esposa e para o meu filho é sempre um bocadinho mais complicado. Vida de mulher de jogador não é só o que pensa, centros comerciais e essas coisas. As coisas não são assim e a minha esposa não é assim. Ela liga muito à família e ao nosso bem-estar. E nesse sentido o clube está nos a ajudar imenso. Qualquer coisa que precisemos eles ajudam-nos.

E em termos desportivos, o que o levou a aceitar esta aventura? 

O projeto desportivo convenceu-me. Foi um facto, e eu já falei nisto, que tive uma discussão com o treinador do Metz. Não jogava, estava a aguentar muita coisa e tivemos uma discussão. Depois a direção falou comigo e disse-me que o melhor para mim era arranjar um novo clube em janeiro. Surgiram algumas coisas, outras que não me interessavam, e como o mercado na Polónia fecha mais tarde, ponderei ao máximo. Se fosse preciso ficava [no Metz] até ao final da época, independentemente das condições e da não muito boa relação que tinha com o treinador. Descobri a melhor solução, estou feliz e estou a jogar. No fundo, é isso que interessa.

Notícias ao Minuto[Cafú está perfeitamente adaptado à realidade polaca.]© Reprodução Facebook Legia Varsóvia

O que pensam os polacos dos portugueses?

Aqui no Legia há um treinador, que está nos sub-19, que é o Saganowski, que é antigo avançado do Vitória SC. Já me falaram dele e já me disseram que nos iam apresentar. Mas, por acaso, ainda não nos cruzámos. Ainda não discuti muito em relação ao futebol, mas quando digo que sou português dizem-me muitas vezes que gostam do país e que já foram lá passar férias.

Considera que tomou a melhor decisão?

Para já, sinto que tomei a decisão certa. Vim com o objetivo de ser campeão e no final da temporada faço o devido balanço. Quando mudas alguma coisa, pensas sempre em mudar para melhor e no final retiras as devidas ilações.

[Não perca amanhã, sexta-feira, a segunda parte desta entrevista onde Cafú aborda a situação atual do Vitória SC e faz a antevisão do conjunto orientado por José Peseiro ao terreno do Benfica.]

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