Esta é uma daquelas histórias onde a principal lição a tirar é que na vida nada é impossível. Tom Broadbent é uma das caras novas do Bristol Rovers, equipa que milita no terceiro escalão do futebol inglês. Mas ao contrário do que seria de esperar este não é um jogador qualquer. Porquê? Tom estava até há bem pouco tempo, mais precisamente em 2014, no Afeganistão ao serviço do exército inglês.

Tom liderava um avião de espionagem mas nunca deixou de alimentar o sonho de um dia ser jogador de futebol a nível profissional. Quando regressou a Inglaterra, integrou a seleção do exército inglês, jogou em equipas amadoras e até entregou as medalhas na final da Taça de Inglaterra. 

Em entrevista aos ingleses do The Guardian, o atual jogador do Bristol, cujo porte físico impressiona - 1,92 de altura e 92 kg de peso não deixam ninguém indiferente - revela-se agradecido por estar agora a cumprir um sonho. 

"Isto é tudo aquilo que eu sempre. Ainda nem assimilei que consegui cá chegar", começou por dizer, antes de explicar de que forma é que a passagem pela vida militar o ajudou. 

"Eu era pequeno e gordo quando era mais novo e nunca fui saudável. Passei por alguns clubes à experiência e até trabalhei em restaurante antes de decidir que queria ir para o exército aos 19 anos. Não sei porque decidi entrar, não era algo que me interessava quando eu era mais novo. Mas eu comecei a trabalhar o meu físico e a fazer treinos básicos e estive algum tempo sem tocar numa bola. Mas depois comecei a jogar no regimento, na equipa do exército, e comecei a apaixonar-me novamente pelo futebol", recordou. 

O momento da difícil decisão 

Foi em fevereiro que Tom decidiu que queria deixar o exército, estando na mente o desejo de jogar futebol ao mais alto nível. 

"Eu tomei a decisão em fevereiro - foi uma grande decisão porque quando estás no exército tu sentes que não há muito para fazer fora daquilo. Por outro lado, há muita coisa que podes fazer e não consegues decidir se sais ou ficas. Mas eu fui ter com os meus comandantes e disse:' Quero ir embora', eles ficaram surpresos porque eu estava a fazer um bom trabalho no exército. Mas eu prossegui: 'Eu vou para a frente com isto [decisão de sair]. Quero jogar futebol profissional", explicou. 

Integrado no Bristol, equipa que até realizou estágio de preparação para a nova temporada em Portugal, Tom está feliz pela decisão tomada. Uma decisão que mudou o rumo da sua vida. 

"Tenho 25 anos e cheguei ao ponto que pensei que não poderia chegar. Agora que aconteceu, obviamente que estou muito grato pela oportunidade", rematou.