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"Caixa? Questão é perceber se é ético oferecer vouchers"

Antigo árbitro apresentou o seu mais recente livro, que pretende dar a conhecer o ângulo que os árbitros têm sobre o jogo. Pedro Henriques, em declarações ao Desporto ao Minuto, comentou ainda a questão das alegadas ofertas feitas pelo Benfica a árbitros e da recente acusação das 'águias' contra o Sporting, por suposta pressão às equipas de arbitragem.

"Caixa? Questão é perceber se é ético oferecer vouchers"
Notícias ao Minuto

08:45 - 12/12/15 por Paulo Rocha c/ Sérgio Abrantes

Desporto Pedro Henriques

Pedro Henriques concede este sábado uma entrevista ao Desporto ao Minuto onde aborda, à margem da apresentação do seu mais recente livro, algumas das mais recentes polémicas a envolver os juízes de campo. O agora comentador televisivo tem uma visão particular sobre este tema, que lhe vamos dar a conhecer de seguida. 

Como vê a recente acusação do Benfica contra o Sporting, onde são denunciadas alegadas pressões sobre os árbitros? Há uma forma de proteger os árbitros contra estas situações?

Os árbitros estão preparados, tal como os jogadores e os treinadores, e criam imunidade ao que é falado antes do jogo. A partir do momento em que nós apitamos, abstraímo-nos completamente da realidade exterior. Por exemplo, uma vez num jogo da Liga de Honra, a polícia estava a fazer detenções nas bancadas e foi preciso o meu árbitro assistente dizer para pararmos o jogo. Eu nem sequer me tinha apercebido.

Já hoje em dia, para os árbitros com postura e formação, será mais fácil influenciar pela positiva. Na altura que teria de tomar uma decisão difícil, poderia tomar uma decisão que beneficie uma determinada pessoa. Mas acaba por fazê-lo sem consciência. Se calhar, se as pessoas [n.d.r.: dirigentes] não estiverem a dizer mal, por tudo e por nada, e se se limitassem a estar mais em silêncio, tiravam mais benefício do que ao contrário.

Um dos temas da temporada tem sido as alegadas prendas do Benfica a árbitros. Chegou a receber alguma oferta do emblema da Luz?

Todos os clubes têm as chamadas ofertas de cortesia, que normalmente são merchandising. No caso concreto da caixa, parte dela não tinha qualquer problema. Aqui a questão que se coloca é se é eticamente correto oferecer os vouchers de alimentação. Da parte dos árbitros, eles não estavam a ver problema nenhum nisso e não é isso que influencia, até porque os clubes oferecem isso no final do jogo.

Infelizmente, no passado tivemos outras situações graves e de outra dimensão. Agora, aqui, o caso não me parece ser assim. Espero que se aproveite o processo que está a decorrer para definir o que é permitido e o que não é. Que se tire uma conclusão rapidamente e que se escreva essa conclusão para tudo ficar bem definido.

Faz falta uma preparação mais apropriada, sob o ponto de vista psicológico, junto dos árbitros, tendo em conta a enorme pressão que estes sofrem?

Sim, faz. Ao nível profissional temos uma preparação apropriada. Se calhar, isso devia ser feito ao nível das bases e aí sabemos que há questões financeiras que limitam essa parte. Tendo em conta o critério da profissionalização, o dr. João Nuno Pacheco [n. d. r.: preparador dos árbitros profissionais] não chegaria, porque os árbitros estão espalhados pelo país. Neste momento não existe em quantidade, mas em qualidade.

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