O Relatório e Contas apresentado pelo Sporting desvendou mais um pormenor acerca do diferendo com a Doyen. Pode-se ler no documento que o fundo de investimento sediado em Malta entende “que a cedência temporária do jogador Nani à Sporting, SAD deverá ser considerada uma contrapartida pela transferência do Jogador Marcos Rojo”, o que significa que os 75% exigidos pela Doyen relativamente à transferência de Rojo deverão incidir, não nos 20 milhões pagos pelo Manchester United, mas nos 25 milhões, já que a cedência de Nani foi avaliada em 5 milhões de euros.
No entanto, no Relatório e Contas, não é possível verificar a existência de qualquer provisão referente ao processo que foi entregue no Tribunal Arbitral do Desporto, cuja decisão deve ser conhecida no fim do mês. A falta de provisão é justificada no documento pelo “parecer jurídico de uma entidade externa internacional, o qual conclui que o risco de perda para a Sociedade não é necessariamente provável, tendo em consideração os argumentos jurídicos apresentado pela Sociedade”.
Em declarações ao jornal O Jogo, o economista Camilo Lourenço mostrou-se surpreendido pelo facto da CMVM ter aprovado o relatório. “Questiono que não haja uma violação da lei ao não efetuar provisionamento de valores em contencioso. Fico preocupado se os auditores deixarem passar isto. E por não saber que entidade externa deu o parecer que a Sporting SAD faz referência. O Banco de Portugal obriga os bancos a fazer provisões de contenciosos de um mês. A CMVM devia ser mais exigente”.