Foi um Benfica com duas versões distintas aquele que, na noite de sábado, venceu o Tondela, por 3-0, em jogo da terceira jornada da I Liga. Num jogo em que geriu e manteve a baliza inviolável pelo sexto encontro oficial consecutivo, a turma encarnada entrou a todo o gás na primeira parte e ficou em modo gestão nos segundos 45 minutos.
Depois do nulo a meio da semana em Istambul, e com a receção de quarta-feira ao Fenerbahçe na cabeça, Bruno Lage optou por fazer uma mini-revolução para o primeiro jogo em casa neste campeonato. O promoveu cinco novidades no onze inicial do Benfica, com bastantes surpresas, a começar pelo guarda-redes Samuel Soares, passando pelo regresso, após lesão, de Tomás Araújo, até à estreia pela equipa principal do lateral espanhol Rafael Obrador. Andreas Schjelderup e Franjo Ivanovic também regressaram à titularidade. Trubin, António Silva, Dahl, Florentino e Akturkoglu ficaram no banco de suplentes.
Pese embora estas muitas alterações, o Benfica entrou melhor do que o seu adversário, como comprovam as ocasiões de Franjo Ivanovic, logo aos 20 segundos, e mais tarde de Pavlidis, aos 12 minutos. O primeiro golo do encontro apareceu em cima da meia-hora, com Ivanovic a abrir a contagem (31'), depois de um grande lance de Dedic. Depois foi a vez de Aursenes dobrar a vantagem com uma bomba indefensável aos 42 minutos. Pelo meio, Pavlidis e Richard Ríos tinham também eles tentado a sua sorte.
A entrada demolidora na primeira parte não se comparou com o que aconteceu durante a segunda metade. Face ao resultado algo confortável, e a meio de uma eliminatória importante para a Liga dos Campeões contra o Fenerbahçe, o Benfica baixou o ritmo e geriu as incidências da partida a seu bel-prazer.
Mas não foi só o ritmo de jogo a baixar. A qualidade de jogo na segunda parte foi sempre a decrescer de parte a parte, embora as águias tenham continuado à procura de marcar. Aos 55 minutos, Tiago Manso salvou o Tondela com um corte providencial a um cabeceamento de Otamendi. Foi já numa altura em que o encontro se disputava a passo que Prestianni fechou a contagem com a sua estreia a marcar na I Liga.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
É impossível não Amar Dedic. O bósnio deu espetáculo do primeiro ao último minuto de jogo na Luz. É dos reforços deste verão que mais impacto teve no Benfica. Foi ele que 'inventou' o lance que acabou por desbloquear o marcador, ao fim de 32 minutos. Antes deste lance, já tinha estado em destaque em outras subidas no corredor.
Surpresa
Se o Tondela não saiu da Luz com uma goleada muito o deve a Bernardo Fontes. Depois de já ter estado em evidência na temporada passada na II Liga, sendo um dos esteios que levou à subida dos beirões, o guarda-redes protagonizou quatro defesas espetaculares na Luz.
Desilusão
Miro foi uma das figuras na campanha do Tondela na II Liga na temporada passada, mas foi presa fácil na Luz. O futebolista angolano foi facilmente anulado quer por Nicolás Otamendi, quer por Tomás Araújo que se estreou a titular esta temporada.
Treinadores
Bruno Lage:
O Benfica manteve a baliza inviolável pelo sexto encontro oficial consecutivo e soube gerir o jogo desde bem cedo na partida. Entrou melhor do que o adversário, marcou em dois momentos cruciais e depois só teve de controlar as operações. Baixo o ritmo de jogo na etapa complementar, porque também lhe interessava, e fechou a vitória à beira do fim.
Ivo Vieira:
O Tondela esteve bem organizado diante do Benfica, mas não conseguiu contrariar o poderio do adversário. Num ou noutro lance acabou por causar calafrios a Samuel Soares, mas pede-se mais ao campeão da última edição da II Liga. São três derrotas em três rondas e zero golos marcados. Algo que deve preocupar o treinador madeirense.
Arbitragem
Anzhony Rodrigues teve uma arbitragem serena e tranquila, sempre correto no aspeto disciplinar. Esteve bem ao reverter a grande penalidade que tinha marcado a favor do Tondela no decorrer da primeira parte.
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