Rui Costa confirmou, no passado sábado, a continuidade de Bruno Lage no comando técnico do Benfica para a época 2025/26, referindo ainda que este era o menos culpado pelo facto de os encarnados terem perdido o campeonato para o Sporting pelo segundo ano consecutivo.
O voto de confiança do presidente do clube da Luz ao treinador, de 49 anos, surgiu antes da final da Taça de Portugal frente ao Sporting, agendada para domingo, às 17h15, no Estádio Nacional. Recorde-se que Bruno Lage regressou ao Benfica, em setembro, para substituir o alemão Roger Schmidt, demitido pelos fracos resultados no início da temporada, que colocaram as águias a cinco pontos da liderança à 4.ª jornada.
Oito meses volvidos, o setubalense guiou o clube até aos 'oitavos' da Liga dos Campeões e alcançou até então a conquista da Taça da Liga, nas grandes penalidades, frente ao Sporting. No final do campeonato, Bruno Lage assumiu a responsabilidade de falhar o principal objetivo da temporada, admitindo uma "dor tremenda" no seio da equipa.
Em conversa exclusiva com o Desporto ao Minuto, Álvaro Magalhães dá a sua opinião acerca da decisão de Rui Costa.
"Não concordo, nem discordo. O Bruno Lage falhou o objetivo, que era ganhar o campeonato, até pelo investimento, pelas condições que teve durante a temporada. No entanto, ele cumpriu com o que disse na sua apresentação oficial, de que o Benfica ia lutar pela I Liga até ao último jogo. Agora, já vi treinadores que ganharam campeonatos e taças a não permanecerem na próxima época e vice-versa também. Os adeptos vão recordar o exemplo do ano passado, com o Roger Schmidt, que acabou, posteriormente, despedido à 4.ª jornada [após empate, por 1-1, com o Moreirense]. O Benfica é um clube muito exigente e o presidente Rui Costa tomou esta decisão arriscada, sabendo o que aconteceu no passado", começa por dizer a glória dos encarnados na década de 80, preocupado com o timing do anúncio.
"Se o Benfica não ganhar a final da Taça de Portugal, os adeptos vão exigir muito mais do Bruno Lage. Infelizmente, o treinador paga sempre. Temo que o resultado final do jogo possa influenciar uma ação diferente do Rui Costa e ele não pode fazê-lo. Tem de assumir o que disse publicamente. Os dois estão bastante pressionados para domingo. O campeonato já foi e a última imagem é aquela que fica na memória das pessoas. Tenho a experiência como jogador na época 1985/86. Perdi o campeonato para o FC Porto e venci a Taça de Portugal (2-0 ao Belenenses). O mister John Mortimore continuou e alcançamos a 'dobradinha' na época seguinte. O Bruno Lage não pode perder este jogo", manifesta.
Arouca é uma 'espinha' difícil de engolir
Com 10 títulos [4 Ligas, 4 Taças de Portugal e 2 Supertaças] de águia ao peito, o antigo lateral-esquerdo faz o balanço da época encarnada, destacando um momento decisivo em particular.
"Quando o Benfica subiu ao primeiro lugar, estava convicto de que seria campeão. O empate (2-2) com o Arouca, no Estádio da Luz, foi uma desilusão. Esse resultado manteve o Sporting vivo e eles souberam aproveitar isso no dérbi. Na primeira parte, os jogadores pareciam que não tinham forças, foram apáticos e não souberam capitalizar a enorme forças que vinha das bancadas. É verdade que tinham o Sporting pela frente, mas eles nem precisaram de fazer um grande jogo. Na segunda parte, a bola do Pavlidis ao poste resolveu a Liga", reconhece o agora comentador desportivo e treinador de futebol.
Lamento pela provável saída de Carreras
Na hora de eleger o melhor jogador do Benfica em 2024/25, Álvaro Magalhães não hesita no nome. "O Álvaro Carreras demonstrou toda a gente, que duvidaram da sua qualidade, que tinham de meter 'a viola no saco'. Publicamente, sempre manifestei o meu apreço e ele confirmou que é um grande jogador e não é por acaso de que é cobiçado pelos maiores clubes europeus. É um lateral-esquerdo de grande nível e será uma grande perda se sair no próximo mercado de transferências", finaliza o antigo internacional português.
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