Miguel Braga lançou, esta sexta-feira, dúvidas quanto ao facto de o FC Porto ter liquidado "uma dívida de um milhão e 50 mil euros" junto do Marítimo, a propósito da transferência de Pepe para o Real Madrid, em 2007, na véspera da visita ao Funchal.
O responsável de comunicação do Sporting, que escreveu na mais recente edição do jornal do clube, recorda que " o caso arrastou-se durante anos", pelo que exprimiu estranheza para com o 'timing' da sua resolução.
"Numa indústria que tem tanta importância para o país, mas que infelizmente tem casos judiciais que perduram no tempo e outros com finais prescritos, aconselharia a prudência em não ser tão voluntarioso na data em questão. Faria assim tanta diferença que a dívida fosse liquidada passadas umas semanas ou que o tivesse sido há um mês?", escreveu.
"Compreende-se a vontade dos dirigentes de um clube em receber uma quantia que reclama há 15 anos e não está, de todo, em causa a idoneidade dos jogadores ou da equipa técnica. Em causa, está apenas um modus operandi que em nada ajuda o futebol português. A vida e o futebol não são apenas sobre as leis e os contornos da legalidade", prosseguiu.
"E valores como a ética não devem ser remetidos para a porta dos fundos. Tal como dizia Oscar Wilde, “chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão a olhar. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está a olhar chamamos de carácter”. Com uma ética destas, assusta pensar no carácter", completou.
A terminar, o dirigente leonino deixou uma outra 'farpa' aos rivais: "Sérgio Conceição foi novamente expulso. Escrevo novamente porque foi a 22.ª expulsão da carreira do treinador, a 12.ª desde que defende os azuis e brancos. É a chamada força das reincidências…".
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