Um flamenco dançado em Alvalade: As notas do Sporting-Tondela
Leões venceram por 2-0 com um baile à moda espanhola. Momento do leão continua em grande.
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Desporto Análise
O Sporting venceu o Tondela com uma exibição convincente. O momento vivido pelo clube de Alvalade continua, agora com 11 vitórias seguidas em todas as competições.
O 2-0 frente ao Tondela começou nos pés de um artista da frente de ataque verde e branca, ao som de ritmos espanhóis. A acompanhar na dança apareceu um lateral improvisado que cumpriu com qualidade.
A orientação veio de um génio fora do campo que, mesmo com pouca experiência, demostrou ter a mentalidade certa e uma ideia que cada vez mais encanta.
Vamos então às notas.
A figura
Pablo Sarabia guiou o leão à vitória em todos os parâmetros. Foi um dos mais agitados na primeira parte, pelo lado esquerdo e pelo direito, criou, entregou e finalizou. Fez uma boa parceria com Nuno Santos, recorrendo a tabelas para procurar isolar-se em profundidade nas alas, mostrou um sentido posicional de excelência, tanto que apareceu no sítio certo à hora certa no primeiro golo do Sporting. Estava em fora-de-jogo, mas, com alguma sorte à mistura, recebeu nos pés a bola depois de um toque dado por um defesa do Tondela. À falta de um Pedro Gonçalves ativo, houve um Sarabia irrequieto e competente. É claramente uma das evoluções mais notáveis na equipa leonina desde o arranque da temporada.
A surpresa
Na ausência de Matheus Reis e Rúben Vinagre, Rúben Amorim recorreu a Nuno Santos na lateral esquerda e certamente não se arrependeu. No final da partida frente ao Dortmund falava nos riscos de adaptar um avançado a uma posição mais defensiva, mas acabou por experimentar desta vez contra o Tondela. O resultado foi bastante satisfatório. Em sintonia com Sarabia pelo lado esquerdo, foi atacando com critério, ocupou espaços na ala com qualidade, tentando impedir as investidas de Jhon Murillo. Nem sempre foi fácil, mas contou com alguns colegas para simplificar a tarefa. Nuno Santos tem ganho cartas nas escolhas de Amorim, que olha com outros olhos para o jogador que revela uma cada vez maior capacidade de se desdobrar entre várias posições no campo.
A desilusão
Numa equipa com intensidade máxima, espera-se que todos os jogadores acompanhem o ritmo do jogo, mas Ricardo Esgaio apresentou algumas dificuldades a fazê-lo. É normal apresentar alguma intensidade, querer, mas pouco poder de explosão ou pouca rapidez, e o jogo de hoje não foi diferente. Para quem vinha de uma exibição de qualidade de Pedro Porro e depara-se com um Esgaio meio 'aflito', nota a diferença facilmente. Precisou da ajuda de Neto para segurar Rafael Barbosa, que entrou constantemente em terrenos interiores para atuar as zonas de finalização. No plano ofensivo, não esteve nos seus melhores dias, quebrando algumas jogadas junto à grande área do Tondela por falta de rapidez. Terá de trabalhar mais para lutar com Porro pela posição ou poderá adaptar-se à posição de central, na qual já jogou nesta época.
Os treinadores
Rúben Amorim
Mais um jogo de excelência com os pozinhos do treinador. A ideia de jogo trabalhada nos treinos foi passada a papel químico para o jogo e deu em espetáculo de futebol para quem foi a Alvalade. Foi inteligente ao gerir a condição física dos seus jogadores quando o jogo parecia estar dominado, poupou alguns dos jogadores essenciais e dos quais espera maior poder de decisão frente ao Benfica, como os casos de Pedro Gonçalves, João Palhinha, Matheus Nunes, Paulinho e Nuno Santos. Lançou ainda Nazinho, que já tinha jogado a meio da semana frente ao Dortmund, e manteve qualidade de forma surpreendente na ala esquerda. Os olhos brilham ao ver o futebol que a equipa de Amorim pratica e a expectativa que se alimenta com as exibições da equipa é cada vez maior. Que se mantenha por mais anos em Portugal para o bem do futebol português.
Joshe Viela
Merece reconhecimento o adjunto de Pako Ayestarán, que trabalhou a equipa no final da semana para disputar a partida olhos nos olhos frente ao Sporting. Não pôde levantar-se do banco para dar indicações, mas a equipa sabia perfeitamente a tarefa que tinha pela frente, as posições a ocupar e os jogadores a marcar individualmente.
Árbitro
Hugo Miguel não teve grande trabalho a conduzir o jogo. Tomou a decisão mais importante ainda na primeira parte, quando o Sporting marcou golo. Pediu ao VAR que verificasse a legitimidade do golo, já que Sarabia estava em fora-de-jogo, mas a decisão foi a acertada, já que foi descortinado um toque do defesa do Tondela antes do remate do espanhol. Fora esse episódio, não teve grandes preocupações.
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