A seleção portuguesa assinou o melhor arranque possível para a missão de defender o título de campeã da Liga das Nações, ao derrotar a Croácia, vice-campeão do mundo em título, por catergóricos 4-1, no estádio do Dragão.
Sem Cristiano Ronaldo, a principal referência, que se encontra a contas com uma infeção num dedo do pé, a equipa das quinas assinou uma das exibições mais consistentes da 'era Fernando Santos'... e não há melhor elogio possível.
O selecionador nacional apostou numa frente de ataque mais móvel, formada por Diogo Jota, João Félix e Bernardo Silva, que, com a ajuda de Bruno Fernandes, rapidamente se instalou junto da grande área contrária.
O guarda-redes Dominik Livakovic e os postes bem foram tentando adiar o início da festa lusa, que acabaria, no entanto, por começar a desenhar-se à beira do intervalo, fruto de um autêntico 'míssil' desferido por João Cancelo.
Já no segundo tempo, a Croácia, até então inofensiva, subiu linhas para procurar recuperar da desvantagem, originando mais espaços que foram explorados da melhor maneira pelos homens da casa.
Diogo Jota, João Félix (estrearam-se ambos a marcar pela seleção principal) e André Silva dilataram, com relativa normalidade, a vantagem portuguesa, perante um adversário que apenas conseguiu responder por Petkovic, já na reta final.
Uma vitória (e exibição) convincente, que deixa Portugal na liderança do Grupo 3 da Liga A, com os mesmos três pontos de França, que, à mesma hora, derrotou a Suécia (adversário da equipa das quinas na próxima terça-feira), por 1-0.
Figura do jogo
João Cancelo ficará, indelevelmente, ligado a este jogo pelo golaço que abriu o caminho para a vitória. No entanto, já bem antes de o assinar, estava a ser o principal desequilibrador da seleção portuguesa. Já no segundo tempo, acabou por não ser tão preponderante e não ficou, de resto, isento de culpas no golo croata, mas o impacto no resultado final ficou à vista de todos.
Surpresa
Fernando Santos confiou em Diogo Jota para fazer as vezes do ausente Cristiano Ronaldo, e o avançado do Wolverhampton não se deixou intimidar pela magnitude da tarefa. Semeou o 'pânico' na defesa croata e mereceu plenamente aquele que foi o seu primeiro golo por Portugal, que até poderia ter chegado logo na primeira parte, não fosse o 'maldito' poste.
Desilusão
Não é fácil escolher alguém que tenha estado especialmente aquém das expetativas numa seleção croata já por si desinspirada. No entanto, se de um lado Diogo Jota fez Cristiano Ronaldo, Nikola Vlasic nada fez para render Luka Modric, tendo acabado por ser 'engolido' por Danilo Pereira no centro do terreno.
Treinadores
Fernando Santos: Conseguiu, por fim, fazer uso de todo o talento que tem à sua disposição para colocar a seleção portuguesa a jogar a um nível elevado. Sem Cristiano Ronaldo, apostou na juventude e na mobilidade, e saiu-lhe o 'jackpot', garantindo uma vitória 'gorda' cujos números poderão ser importantes na luta por um lugar na 'final four'.
Zlatko Dalic: Nada fez para justificar o rótulo de selecionador vice-campeão do mundo. A Croácia remeteu-se ao seu meio-campo defensivo da primeira parte, praticamente sem conseguir causar o mínimo de incómodo a Anthony Lopes. No segundo tempo, subiu linhas... e virou 'gato-sapato' do ataque português.
Árbitro
O encontro entre Portugal e Croácia não primou, propriamente, pelo ritmo elevado, até porque, para a larga maioria dos jogadores, este foi o primeiro jogo oficial desde o (curto) período de férias. Davide Massa agradeceu e acabou por assinar uma exibição discreta no estádio do Dragão.