"Varandas pode cair até às eleições, mas não por recolha de assinaturas"
Dias Ferreira, antigo candidato nas anteriores eleições do Sporting, e Rui Barreiro, antigo conselheiro leonino, comentaram a possibilidade de haver uma recolha de assinaturas, com o intuito de seguir para uma Assembleia-Geral, de forma a destituir a direção de Frederico Varandas.
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Desporto Declarações
Depois de um ano de 2018 em que o Sporting foi alvo de vários episódios de convulsão, desde a queda de Bruno de Carvalho à convocação de novas eleições, que se espoletou com o ataque à Academia de Alchochete, eis que 2019 apresenta um leão novamente 'doente', por culpa de resultados desportivos e, por consequência, da instabilidade interna que não para de crescer.
Nesta segunda-feira foi avançado que vários ex-candidatos, antigos dirigentes e sócios estão a conversar para discutir o futuro do clube, sendo que existe a possibilidade de haver uma recolha de assinaturas, com o intuito de seguir para uma Assembleia-Geral, de forma a destituir a direção de Frederico Varandas.
Em conversa com o Desporto ao Minuto, Dias Ferreira, antigo candidato nas anteriores eleições do Sporting, e Rui Barreiro, antigo conselheiro leonino, comentaram esta recolha de assinaturas, sem esquecer de falar sobre a retirada do apoio às claques e se o mandato de Varandas está em perigo de não se cumprir até ao fim.
Recolha de assinaturas para destituir o vigente presidente do Sporting
Dias Ferreira: Eu não tenciono assiná-la. Acho que isso não resolve nada. Neste momento, o melhor para o Sporting era que houvesse estabilidade, o que é uma coisa praticamente impossível.
E torna-se impossível porquê? Falta quase tudo. Proclama-se muito pela unidade, mas luta-se muito pouco por ela.
Rui Barreiro: É uma ideia totalmente disparatada. Tem a minha condenação total. O Sporting, independentemente dos lapsos e dos problemas que tem tido, precisa de estabilidade, paz, sossego e boas decisões. E fazer uma recolha de assinaturas para destituir o vigente presidente do Sporting em nada ajuda a essa paz, daí que condene de forma veemente essa medida.
Retirada do apoio às claques
Dias Ferreira: A retirada do apoio às claques pela atual direção não promove ou diminui essa unidade. A união não passa por isso. Esse assunto devia ter sido resolvido antes para que não chegasse a este ponto.
Rui Barreiro: É uma decisão que teve de ser tomada por culpa dos sucessivos problemas pessoais ou profissionais que estavam a acontecer. Não era uma decisão fácil, mas impunha-se. Consequências? Nós sabemos que este tipo de medidas tem sempre consequências, agora é necessário aplicar medidas para banir a violência dos recintos desportivos e acabar com o espetáculo degradante que estava a acontecer. O desporto não pode ser associado à violência.
A falta de unidade no Sporting
Dias Ferreira: A pessoa que ganhou não cumpriu a unidade prometida. Varandas acha que falta unidade no Sporting, mas ele não a promove. Em contrapartida, fez tudo ao contrário. Ele é um presidente sozinho por culpa dele. É fácil fazer este exercício. Basta ver o que Frederico Varandas prometeu no seu caderno eleitoral, assim como todos os outros. Varandas no dia a seguir às eleições convidou os outros candidatos para assistir a um jogo e a partir daí nada mais fez. Hoje, à distância, devo dizer que esse comportamento foi ridículo e só tenho pena de ter caído nele. A única pessoa que não marcou presença foi o Dr. José Maria Ricciardi e muito bem fez ele, porque disse logo à partida que estava contra, assumindo logo essa posição.
Rui Barreiro: O problema da unidade não vem de agora. É um problema conseguir trabalhar em prol da unidade quando os outros também não ajudam. Claro que a atual direção é a principal responsável, mas o esforço tem de partir de todos. Todos os sportinguistas têm de pôr os interesses do clube à frente dos seus interesses, independentemente de quem votaram nas últimas eleições ou de quem apoiaram no passado. Não foi Frederico Varandas o principal responsável pela desunião que existe no clube neste momento.
Varandas vai ter condições para cumprir este mandato até ao fim?
Dias Ferreira: Muito dificilmente, mas no futebol nunca se sabe. Se os resultados mudarem, pode ser também que atual conjuntura mude. Agora, ao estado a que chegámos, nem sei se com bons resultados Varandas sobrevive a esta situação.
Rui Barreiro: Eu desejaria que sim, mas a melhor ajuda para a gestão do Sporting são os resultados desportivos. Se eles forem bons acredito que isso apaziguará a presente situação.
O Sporting dos dias de hoje...
Dias Ferreira: Pior do que o fim do reinado de Bruno de Carvalho [BdC] nada pode existir. Se formos comparar o princípio do mandato de um com o do outro, embora as circunstâncias sejam completamente diferentes, com BdC as coisas estavam bastante melhores. O BdC conseguiu uma coisa que era impossível há alguns anos. Ele conseguiu 90% dos votos ao fim de quatro anos de mandato e só depois é que perdeu tudo, fazendo uma série de disparates. Varandas foi eleito por menos de metade dos votos e portanto é à partida um presidente fragilizado e eleito contra a maioria dos sócios do Sporting. Este não é o Sporting em que nasci. Este clube não tem descrição possível, o outro é uma história gloriosa.
Rui Barreiro: Vejo com preocupação, mas com alguma esperança. O Sporting passou por um período bastante difícil. Esta direção tem uma missão difícil e precisa do apoio de todos os sportinguistas. A direção do clube também precisa de saber que precisa da ajuda de todos os sportinguistas para sair da atual situação. Não me parece que uma iniciativa dessas [recolha de assinaturas para destituir Varandas] venha a ajudar o clube e os muitos problemas que ele tem neste momento.
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