Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, concede, esta sexta-feira, uma extensa entrevista ao jornal O Jogo, onde deu a sua opinião quanto à invasão à Academia de Alcochete, no passado mês de maio, que levou nove jogadores a rescindirem de forma unilateral com o Sporting alegando justa causa.
O líder do organismo que rege o futebol europeu remete as quebras de contrato para os tribunais, mas atira: “Não cabe apenas à Federação ou à Liga portuguesas, mas sobretudo ao governo português fazer alguma coisa. Foi um desastre como nenhum outro que me lembre de ter sucedido na Europa”.
“Vamos ver o que decidem os tribunais. Há dois pontos de vista: quando há um contrato, ele deve ser cumprido; por outro lado, quando se vê o que aconteceu com alguns jogadores, é um verdadeiro desastre. Pode ser força maior”, afirmou.
“Como advogado, estou só a adivinhar, não conheço bem o caso. Concordo que é complicado. Amanhã sou ameaçado por um adepto e vou embora. Este episódio foi sério, mas percebo o que diz. Pode ser problemático. No entanto, como advogado sei que não conhecendo todos os factos, é melhor não comentar”, acrescentou.
Na mesma entrevista Ceferin aponta o dedo a Gianni infantino, presidente da FIFA, pelas recentes propostas de remodelação do futebol mundial: “Apareceu com uma ideia que apresentou desta maneira: tenho um investidor, um fundo, que quer organizar um mundial de clubes e uma liga das nações global e é muito dinheiro. OK, que fundo é esse? Não posso dizer, porque assinei um acordo de confidencialidade”.
“Nesse caso, disse-lhe eu, nós não apoiamos. Nunca mais aconteceu nada. Até agora, não tive mais qualquer informação sobre o tema. Ligas europeias, clubes e a UEFA decidiram, entretanto, de forma unívoca, que se tentarem forçar-nos ou contornar-nos não participaremos em qualquer dessas competições. Porque, com todo o respeito, quando não temos uma competição séria na nossa confederação, aceitamos tudo, mas quando temos uma competição séria, quando temos um calendários tão cheio como o nosso, não podemos aceitar qualquer prova que nos proponham”, avisou.