Convento da Trindade abre portas a artistas emergentes na fotografia
Artistas europeus emergentes na área da fotografia vão revelar os seus trabalhos no Convento da Trindade, onde o uso da imagem, de forma experimental, pode ser visto a partir de quinta-feira na Parallel Intersection Lisboa.
© iStock
Cultura Lisboa
Esta plataforma dedicada à fotografia, da responsabilidade da associação cultural e social portuguesa Procur.arte, tem no evento o primeiro passo de um projeto europeu que visa divulgar e dinamizar a fotografia nos próximos quatro anos.
A organização realizou hoje uma visita guiada à exposição, onde estiveram alguns dos 41 artistas que vão participar no evento de entrada livre, que também irá realizar debates sobre a massificação da imagem.
Charlotte Mano, de 27 anos, fotógrafa francesa recentemente premiada no seu país, apresenta nesta exposição um conjunto de fotografias da família e de locais de infância.
Os cenários foram todos encenados, disse à agência Lusa, e a jovem usou uma técnica com tinta térmica que obriga os visitantes a usar um secador de cabelo para revelar a imagem no momento, com o calor, desaparecendo em seguida novamente no negro do papel.
"Descobri este método por acaso, quando bebia café num copo com tinta térmica que mudava de cor com o calor. Decidi aplicá-lo ao meu trabalho", explicou.
Para a jovem artista, "a fotografia não é para captar alguém para sempre" porque "tudo é efémero" e, na sua opinião esta arte "deve ser muito sensual, usar os sentidos", perspetiva que lhe ficou do gosto pela pintura.
Tal como Charlotte Mano, o artista esloveno Andrej Lamut foi escolhido por um curador parceiro da plataforma para vir a Lisboa apresentar o seu trabalho.
"No meu processo criativo uso a performance para criar imagens e revelar o seu impacto físico", explicou.
As fotografias a preto e branco têm como objetivo "intrigar" o espetador: "Quero envolver o público no meu trabalho", que também já foi vertido em livro, intitulado "Nokturno".
Monica Alcazar Duarte, João Grama, António Júlio Duarte, Phil Toledano, Gaël Bonnefon e Andrejs Strokins são outros dos artistas visuais com obras expostas.
A exposição é inaugurada na quinta-feira, às 17h30, e inclui o Parallel Talks, um debate sobre os novos paradigmas da fotografia.
A organização pretende questionar os canais e mercados que se perspetivam para os profissionais da área, "tendo em conta a massificação da imagem através das redes sociais e o consequente decréscimo do seu impacto na imprensa escrita", segundo a organização.
A iniciativa do projeto Parallel - European Photo Based Platform partiu da Procur.arte, fundada há 11 anos, que se candidatou aos fundos do programa Europa Criativa, e recebeu apoio para coordená-lo durante quatro anos.
O Parallel - European Photo Based Platform envolve 16 países da União Europeia, 18 instituições artísticas-membro - nacionais e estrangeiras - e 10 parceiros portugueses.
Contará com as presenças de Hester Keijser (Holanda, curadora e especialista em livros de fotografia), Cristina De Middel (Espanha, fotógrafa da equipa Magnum e diretora de festivais de fotografia), e Alice Bergomi (Itália, responsável de formação na Fondazione Fotografia Modena).
O Parallel Intersection Lisboa termina em Torres Vedras, com dois dias de tutorias, para criar parcerias das quais resultarão a produção de novos corpos de trabalho.
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