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O espelho como reflexo e reflexão na exposição de inverno da Gulbenkian

As várias facetas do espelho, como reflexo da imagem ou como objeto de reflexão, são exploradas por dezenas de artistas europeus do século XIII à atualidade ao longo da nova grande exposição de inverno da Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

O espelho como reflexo e reflexão na exposição de inverno da Gulbenkian
Notícias ao Minuto

15:14 - 25/10/17 por Lusa

Cultura Arte

São 69 peças, sobretudo de pintura, mas também de escultura, fotografia, cinema e livros, na exposição que é inaugurada hoje e abre ao público na quinta-feira, prolongando-se até 05 de fevereiro de 2018.

A ideia partiu de uma das comissárias, Maria Rosa Figueiredo, que, aos 73 anos, e depois de 50 dedicados a museus, faz a despedida com a concretização de um antigo sonho de dedicar uma exposição ao espelho, reunindo obras antigas e contemporâneas.

Na mostra - que abre com um espelho de Lalique - há "um diálogo com obras da coleção do fundador, Calouste Gulbenkian, e obras da coleção moderna", indicou aos jornalistas a diretora do museu, Penelope Curtis.

Ao longo de cinco núcleos, a exposição apresenta variadas leituras aos visitantes, e reúne "muitas Alices do País das Maravilhas", comentou Maria Rosa Figueiredo, referindo-se ao livro imortalizado por Lewis Carroll.

O óleo "Narciso e Eco", de Vieira Portuense (1797), um vídeo de Victor Kossakovsky intitulado "Svyato" (2005), no qual uma criança descobre e explora a sua imagem no espelho, o óleo "O Espelho de Vénus" (1875), de Sir Edward Burne Jones, ou, de Paula Rego, "Preparando-se para o baile" (2001-2002), e "Menina de Bicicleta", (1942), de António Dacosta, bem como fotografias de Jorge Molder ou Ana Janeiro, assim como espelhos convexos, são algumas das obras que podem ver-se nesta mostra.

"O espelho é alegórico, serve a identidade. Muitas pessoas pensam que é coisa de mulheres, mas descobrimos muitas obras onde também surgem homens, sobretudo no retrato", indicou a comissária

Para esta exposição trabalhou também com a curadora Leonor Nazaré, que apontou as várias leituras possíveis das obras, desde a inversão da simetria, o sentido do duplo, da profundidade, da reflexão e do pensamento profundo.

"O espelho é um tema muito atual ao longo do tempo", sublinhou Penelope Curtis.

A maior parte das obras provém de empréstimos, tendo origem em coleções privadas e públicas de vários países da Europa, nomeadamente de França, Espanha e Reino Unido.

O Museo Thyssen-Bornemisza, o Centro de Arte Reina Sofia, o Centre Pompidou, o Fitzwilliam Museum, a Tate e os Musées de Beaux-Arts de Bordeaux e de Lille, entre outros, cederam peças.

De Portugal, além das obras do acervo do Museu Calouste Gulbenkian, há empréstimos institucionais do Museu Nacional de Arte Antiga, do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, do Museu Nacional Grão Vasco, da Casa das Histórias Paula Rego, do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra e de coleções como a da Caixa Geral de Depósitos ou da Coleção Berardo.

São muitos os exemplos da ideia da fragmentação presentes ao longo dos cinco núcleos temáticos que compõem a mostra: "Quem sou eu?. O Espelho Identitário"; "O Espelho Alegórico"; "A Mulher em frente ao Espelho: a projeção do desejo"; "Espelhos que revelam e espelhos que mentem"; "O Espelho masculino: autorretratos e outras experiências".

A exposição estará patente da sala de exposições temporárias da sede da Fundação Calouste Gulbenkian até dia 05 de fevereiro de 2018.

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