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'Mulher Maravilha' não traz muitas surpresas. Só uma: Não é nada mau

Foram precisas duas mulheres para devolver algum fôlego ao ‘universo alargado’ da DC Comics. Sem demérito para os homens para pintarem as histórias mais sombrias dos filmes anteriores, como em ‘Man of Steel’ ou ‘Suicide Squad’. Não é uma questão de sexos, é só o elogio da história de uma super-heroína que brada o amor e a compaixão que nunca quisemos tanto ver. Estreia esta quinta-feira, dia 1 de junho.

Notícias ao Minuto

10:45 - 31/05/17 por Anabela de Sousa Dantas

Cultura Cinema

Diana é uma princesa amazona criada num paraíso isolado, só com mulheres, e com um intuito que a própria desconhece. Um dia, um piloto americano dá à costa com uma guerra na bagagem e Diana é assaltada por um sentido de dever que a leva a abandonar a ilha e tudo aquilo que conhece para descobrir o seu destino e a sua verdadeira identidade na cinzenta Londres da Primeira Guerra Mundial.

Esta é, grosso modo, a história de ‘Mulher Maravilha’, realizada por Patty Jenkins, e o quarto trabalho da DCEU (DC Extended Universe), o novo universo das personagens da DC Comics levadas ao grande ecrã pela Warner Bros.

Convenhamos, ‘Man of Steel’ (2013), ‘Batman vs Superman’ e ‘Suicide Squad’ (2016) não foram o arranque esperado para a DCEU, com críticas arrasadoras, embora com sucesso comercial. ‘Mulher Maravilha’ surge aqui como a apresentação oficial da personagem homónima, já introduzida em ‘Batman vs Superman’ e que irá continuar na ‘Justice League’ (2017). Mas o desafio de Patty Jenkins – é o primeiro filme da DC Comics a ser realizado por uma mulher - era bastante maior: levantar a fasquia com um filme onde o super-herói é uma mulher.

E cumpre. A história da Mulher Maravilha não é a mais apelativa do prodigioso universo de super-heróis mas Jenkins e Gal Gadot, que interpreta Diana, fazem deste filme um blockbuster apelativo de forma transversal.

Há as sequências de ação que são esperadas, coreografadas de forma elegante (e incrivelmente sensual), a heroína intrépida, humor, mas há mais do que isso. Há um conflito entre paz e justiça, dever e compaixão. Há uma heroína que joga à defesa num argumento que lhe pede para jogar ao ataque e safa-se sem grande mácula. Há uma conclusão que não se limita à ideia do super-herói que salva o dia, roubando um pouco essa responsabilidade do campo meta-humano para o entregar ao humano.

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Gal Gadot é uma mulher hipnotizante (um ativo que Jenkins explorou) e competente no desenhar uma personagem inocente mas forte e destemida. Talvez seja a história em si, talvez seja o facto de ter sido realizada por uma mulher, talvez seja a atualidade carente de sentimentos como amor e compaixão, mas ‘Mulher Maravilha’ pode muito bem trazer às super-heroínas aquilo que ‘Catwoman’ e ‘Elektra’ (realizado por homens) não conseguiram: algum gosto, alguma relação e profundidade.

Cate Blanchett já havia alertado, há três anos, que os filmes com mulheres como protagonistas também fazem dinheiro e Patty Jenkins sabe disso. Tendo realizado ‘Monster’ (que deu o Óscar a Charlize Theron), Jenkins só estava à espera da sua oportunidade. E é só a segunda mulher a receber a responsabilidade de realizar um filme com um orçamento acima dos 100 milhões de dólares.

Além de Gal Gadot, o filme traz ainda Chris Pine (dos filmes ‘Star Trek’), Connie Nielsen (‘Gladiator’ e a série da Fox ‘The Following’), Robin Wright (‘Millennium 1: Os Homens Que Odeiam as Mulheres’ e a série da Netflix ‘House of Cards’), Danny Huston (‘X-Men Origens: Wolverine’) e David Thewlis (‘Harry Potter’ e ‘A Teoria de Tudo’). O filme estreia a 1 de Junho de 2017 nos cinemas em Portugal, em Real D, 3D e IMAX 3D.

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