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Madalena Victorino: Prémio "também é para a classe artística da dança"

A coreógrafa, pedagoga e programadora cultural Madalena Victorino, galardoada com o Prémio Universidade de Coimbra 2017, declarou hoje que a distinção "também é para a classe artística da dança, para a valorizar".

Madalena Victorino: Prémio "também é para a classe artística da dança"
Notícias ao Minuto

15:50 - 20/01/17 por Lusa

Cultura Coreógrafos

Anunciado na quinta-feira, o Prémio Universidade de Coimbra, no valor de 25 mil euros, distingue uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha afirmado por uma intervenção particularmente relevante e inovadora nas áreas da Cultura ou da Ciência.

"Não estava nada à espera. Fui apanhada de surpresa, e fiquei muito feliz. É com muita honra que recebo este prémio", disse Madalena Victorino, contactada pela agência Lusa.

O galardão, instituído em 2004, patrocinado pelo banco Santander Totta e apoiado pelo Jornal de Notícias, já distinguiu o crítico gastronómico José Quitério, o antigo reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa, o cineasta Pedro Costa, o músico e compositor António Pinho Vargas, a cientista Maria de Sousa, o investigador catedrático de química Adélio Mendes e o artista plástico Julião Sarmento, entre outros nomes.

Madalena Victorino sublinhou que, embora o prémio seja para ela, "também é um prémio para a classe artística da dança, é o valorizar da dança enquanto disciplina e enquanto linguagem importante para o discurso universitário e os conteúdos da academia".

"É uma dignificação da dança enquanto forma artística importante, de alguma forma a afirmar-se na sociedade", acrescentou a criadora de 60 anos, nascida em Lisboa.

Sobre a raridade da atribuição de prémios a criadores de dança, em Portugal, Madalena Victorino vincou que "não há tantos como noutras áreas, consideradas mais fortes ou com uma presença mais enraizada na nossa cultura do saber".

"A dança é uma linguagem do efémero, que usa o corpo como instrumento e o seu discurso é cinético, coreográfico, donde a sua dramaturgia e conteúdos vêm do corpo e não da palavra", lembrou.

Neste momento, Madalena Victorino tem vários projetos em mãos, entre eles o 'Lavrar o Mar', no Algarve, apoiado pelas tutelas da Cultura e do Turismo, em parceria com as câmaras de Aljezur e de Monchique, para criar uma dinâmica cultural no domínio das artes do espetáculo através de um trabalho próximo das populações.

No Alentejo, em Odemira, está a desenvolver um projeto de artes do espetáculo em ambiente rural nas escolas, com alunos dos três aos 18 anos, para uma aproximação ao currículo, através da realização de oficinas e laboratórios de criação.

Em Lisboa, continua a preparar o Festival Todos, em conjunto com Giacomo Scalisi, apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa, cuja nona edição vai decorrer no Campo de Santana, este ano, sobre a ideia de 'Muro' e "como se desfazem os muros", criado numa relação com a comunidade residente naquele bairro.

Entre outras coreografias, criou 'Diário de um desaparecido', (1993), 'Alma 13' e 'Escritório' (1997), 'Lembranças' (2006), 'A Linha da Viagem' (2007) e 'Caruma' (2007), considerado pela imprensa o melhor espetáculo de dança do ano.

O Prémio Universidade de Coimbra será entregue a 01 de março, durante a sessão solene comemorativa do 727.º aniversário daquele estabelecimento do ensino superior.

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