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Pavilhão do Conhecimento abre portas a exposição arriscada

O Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, tem a partir desta terça-feira uma exposição arriscada, com bombas, labirintos e choques elétricos, tudo para a brincar explicar o que é o risco.

Pavilhão do Conhecimento abre portas a exposição arriscada
Notícias ao Minuto

16:13 - 12/10/16 por Lusa

Cultura Lisboa

São 25 módulos interativos na sala principal do Pavilhão, que durante um ano vão estar a mostrar como identificar os riscos, compreendê-los a avaliá-los, com a ajuda de testes e jogos.

Um deles por exemplo pede que os visitantes hierarquizem várias situações de risco, de tabaco e álcool a picadelas de mosquito, acidentes de carro, avião, mota ou bicicleta, queda ou ataque de tubarão.

Responsáveis pela exposição dizem que o avião aparece por vezes como o terceiro fator de risco escolhido e que a queda é colocada em último lugar. Mas a realidade é diferente da perceção: por ano morrem no mundo seis milhões de pessoas devido ao tabaco, mais 2,5 milhões por causa do álcool e apenas 486 em acidentes de avião. As quedas, de uma escada por exemplo, são responsáveis por 424 mil mortes anuais.

Por outras palavras, é muito mais perigoso fumar um cigarro ou subir a um escadote do que andar de avião mas comumente nem sempre é assim a perceção de perigo.

"O risco domina as nossas vidas, desde a maneira como educamos os nossos filhos, impedindo-os de testar os seus limites, de arriscar, até à maneira como avaliamos que riscos tomar a nível pessoal e familiar, ou mesmo como nos comportamos numa sociedade cada vez mais avessa a incertezas", explica à Lusa a diretora da exposição, Sofia Lourenço.

E acrescenta: a verdade é que estamos rodeados pelo risco e ele é importantíssimo para crescermos e para nos definirmos enquanto indivíduos.

A exposição, explicou à Lusa, define o risco e como é que ele pode ser calculado, testa a audácia e a forma como cada um se comporta perante o risco e aborda o risco numa sociedade que cada vez mais tenta prevenir esse risco.

Tudo para ver numa hora de diversão, desde andar na "corda bamba", desativar uma "bomba" em 45 segundos ou jogar numa roleta onde o prémio pode ser um choque elétrico. Mas que ensina também a biologia do risco (porque bate mais o coração ou porque se transpira em situação de risco) ou ensina que saber correr riscos é também saber recusá-los.

A exposição completa um ciclo que começou com o tema da loucura e que no último mostrou o tema dos vírus. Surgiu no âmbito de um consórcio que junta o Pavilhão de Lisboa e outros dois centros de ciência, o Cité des Sciences et de L´Industrie, de Paris, e o Heureka, de Helsínquia.

E é "desafiante, porque nos põe à prova e nos faz pensar sobre como vivemos no dia-a-dia e em sociedade", como disse à lusa a presidente do Centro, Rosalia Vargas.

Na vida em sociedade é necessário tomar decisões e calcular riscos, quer eles venham de causas naturais ou pessoais, e é disso que fala a exposição, da perceção de que pior do que arriscar numa decisão errada é não tomar nenhuma decisão, adianta a responsável. Porque "viver é arriscar".

A presidente sabe do que fala quando fala de riscos. Ou não tivesse estado o Pavilhão durante um ano às voltas com os vírus depois de outro ano de loucura.

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