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Folio dedica dia a Ruy Belo e família recorda a sua ligação a Óbidos

Ruy Belo, se fosse vivo, estaria hoje em Óbidos "como peixe na água", acredita Teresa Belo, viúva do poeta que o Folio -- Festival Literário homenageia com um dia dedicado à vida e obra do autor.

Folio dedica dia a Ruy Belo e família recorda a sua ligação a Óbidos
Notícias ao Minuto

17:19 - 01/10/16 por Lusa

Cultura Festival

"Esta homenagem tem a simplicidade que no fundo o Ruy [Belo] tinha", disse à agência Lusa Teresa Belo, viúva do poeta que a quem o Folio -- Festival Literário Internacional de Óbidos, dedica hoje uma programação própria.

"Ele estaria aqui como peixe na água", acredita Teresa Belo para quem a homenagem do Folio reflete "o conhecimento e amor" dos organizadores pela vida e obra do poeta e ensaísta nascido em Rio Maior em 1933 e que morreu 38 anos depois.

"Que por todos se faça poesia" é o mote do conjunto de iniciativas que se estende por todo o dia e por vários locais da vila onde o público pode ouvir poemas de Ruy Belo lidos por Luis Miguel Cintra, Beatriz Batarda, Rui Horta, Fernando Centeio, Gastão Cruz, Guilherme Gomes, Ana Teodósio, Miguel Manso, Manaíra Aires Athayde, Manuela de Freitas e Teresa Belo, a mulher que com ele compartilhou a vida.

Disso mesmo fala a exposição 'Tempo Pintado -- revisitar Ruy Belo', uma exposição de fotografias de cerâmicas que povoam a casa da família, muitas das quais, testemunha Teresa Belo, "compradas em Óbidos" e agora fotografadas pelo filho do casal, Duarte Belo.

"Parece que ele ainda anda por aqui, a comprar coisas nas lojas", afirmou Teresa Belo, tal "a espontaneidade" da homenagem marcada também pelo lançamento de uma nova edição de 'Boca Bilingue', com prefácio de Gastão Cruz.

Cinquenta anos depois de escrita por Ruy Belo, a coletânea de poemas foi hoje lançada na Galeria do Pelourinho, com os oradores sentados a uma mesa "coberta com uma colcha comprada pelo Ruy em Óbidos", recordou Teresa.

A família partilha ainda hoje com o público do Folio filmes sobre Ruy Belo, entre os quais o que retrata o casamento do com Teresa Belo, e, em alguns momentos do programa, são distribuídas cópias de poemas com a caligrafia do autor.

"Tudo isto ajuda a que a poesia continue a viver e continue a ser transmitida de geração em geração", vincou a viúva do poeta, elogiando a qualidade do festival que "atrai público de todas as idades e géneros e que está a ser um sucesso, que é também sinal de que a literatura está viva e de que os escritores estão vivos".

Ruy Belo é considerado um dos maiores poetas portugueses da segunda metade do século XX, tendo as suas obras sido reeditadas diversas vezes e integrando os programas nacionais do ensino secundário e tema de doutoramentos em várias universidades.

Entre os seus livros contam-se, entre outros, 'Aquele Grande Rio Eufrates', 'O Problema da Habitação', 'Boca Bilingue', 'Homem de Palavras', 'País Possível', 'Transporte no Tempo', 'A Margem da Alegria', 'Toda a Terra' e 'Despeço-me da Terra da Alegria'.

Ruy Belo foi, em 1991, condecorado a título póstumo, com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'iago da Espada.

A cumprir a segunda edição, o Folio celebra, até domingo, os 500 anos da 'Utopia' de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.

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