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Serpa viaja até ao tempo de D. Afonso Henriques com Feira Histórica
Recriações históricas, mercado, animação e música são alguns dos ingredientes da 9.ª Feira Histórica e Tradicional de Serpa, que vai fazer a cidade alentejana viajar até ao tempo de D. Afonso Henriques, entre sexta-feira e domingo.
© Wikicommons
Cultura Beja
O evento é organizado pela Câmara de Serpa, com o apoio do movimento associativo e das juntas de Freguesia do concelho, e vai decorrer no centro histórico desta cidade alentejana, no distrito de Beja.
As recriações históricas são o principal atrativo da feira, que inclui também mercado, espetáculos, animação e atividades para a infância, palestras ou oficinas gratuitas, entre outras atividades, explicou hoje o município.
Coincidindo com os 850 anos da primeira conquista de Serpa, a edição de 2016 do certame, acrescentou a câmara, vai fazer os participantes e turistas recuarem até à época do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
No âmbito da Reconquista Cristã e das ações militares que fizeram deslocar para sul a fronteira entre cristãos e muçulmanos, recordou a autarquia, a primeira conquista de Serpa por Geraldo Geraldes, que recebeu o cognome de "Sem-Pavor", aconteceu em 1166.
"A tomada de Serpa integrou-se num plano de operações militares concertadas entre o rei D. Afonso Henriques e o caudilho", na sequência da conquista de Alcácer do Sal, em 1158, que "abriu o caminho a novas incursões a sul do Tejo".
Estas "visavam a conquista de castelos que faziam parte da constelação de fortificações que asseguravam a defesa de Badajoz", com o objetivo de tomada desta cidade, "o grande baluarte do Ocidente Islâmico".
"O ataque contra Badajoz teve lugar em 1169. A investida foi um fracasso e D. Afonso Henriques, capturado pelo exército de Fernando II de Leão, que acorrera em auxílio do emir muçulmano, foi obrigado a ceder a maior parte dos castelos de que tinha acabado de tomar posse", pode ler-se no comunicado da câmara.
Assim sendo, "a primeira conquista de Serpa teve carácter efémero" e, apesar de não se saber "ao certo quanto tempo se manteve na posse dos cristãos, segundo o Conde de Ficalho, entre 1171 e 1184, provavelmente em 1180, os exércitos almóadas terão recuperado a fortaleza".
É todo este ambiente que vai ser recriado na Feira Histórica e Tradicional de Serpa, ao longo dos três dias, com as ruas "inundadas" de animação e de cortejos.
Oficinas de danças mouras, de culinária, de caligrafia e de ferreiro, teatro de fogo e torneios são outras das atrações do evento.
Nas palestras vão ser abordados os temas 'Andam 'Mouros' por aí. Serpa e o Sul nas Vésperas de D. Afonso Henriques", por Fernando Branco Correia, "D. Afonso Henriques e a 1.ª Reconquista do Alentejo", por Pedro Barbosa, e "Judaísmo - Identidade e Memória no Alentejo", por Carolino Tapadejo.
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