"Por um (MAT)rimónio Imaterial Negro" no Festival Imaterial em Évora
O Festival Imaterial, a decorrer em Évora, é hoje palco da conferência-dança "Por um (MAT)rimónio Imaterial Negro", promovida pela UNA -- União Negra das Artes.
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Cultura conferência-dança
A UNA, em comunicado, explica que com esta iniciativa "propõe uma reflexão sobre o que tem sido reservado à população negra em Portugal nos processos de definição e ressignificação do património material e imaterial do país".
"Na base desta iniciativa estão diversas questões: Quais são as vozes e corpos políticos que clamam por uma autogestão do património? Como os grupos subalternizados e oprimidos, muitas vezes destituídos de propriedade, se inserem nas políticas de representação do património cultural e propriedade intelectual de um país? Como podemos começar a pensar neste tema desde uma relação com o corpo, imagem e palavra?", lê-se no comunicado.
A conferência-dança está marcada para as 18:00, no Teatro Garcia de Resende, e "serão duas horas de encontro e entrega, com o público do festival, no intuito de promover a experiência de ativação dos corpos, a partir da estimulação das mentes em harmonização com os afetos".
"Por um (MAT)rimónio Imaterial Negro" conta com a participação, em representação da UNA, da produtora e agente cultural Ana Tica, da artista de dança Íris de Brito, da artista e poeta Maíra Zenun e da coreógrafa, performer e professora Piny.
A 2.ª edição do Festival Imaterial, de acesso gratuito, começou no sábado e prolonga-se até ao dia 09 de outubro, com a programação a dividir-se por vários espaços de Évora.
Em declarações à agência Lusa à margem da apresentação do festival, o diretor artístico, Carlos Seixas, salientou que esta edição, tal como a primeira, assume um "compromisso com o conhecimento dos povos e das culturas a nível mundial".
"Temos um ponto de encontro de pessoas ligadas às músicas de raiz", das quais "queremos retirar conhecimento das suas experiências", pois "o conhecimento do outro reforça o conhecimento de nós próprios", assinalou.
O cartaz inclui, entre outros, os portugueses Bandua, Cantadores do Desassossego, Grupo de Cantares de Évora, Hélder Moutinho e Amélia Muge, Farnaz Modarresifar & Haïg Sarikouyoumdjian (Irão/Arménia), Soona Park (Coreia do Sul), Tanxugueiras (Galiza, Espanha), Verde Prato (País Basco, Espanha), Parvathy Baul (Índia) e Barrut (Occitânia, França), Saz'iso (Albânia) e NATCH (Cabo Verde).
Uma das novidades desta edição é a realização de um ciclo de cinema documental, com curadoria da etnomusicóloga britânica Lucy Durán, que inclui a estreia de "All mighty Mama Djombo", realizado por Sylvain Prudhomme e Philippe Béziat.
No ciclo de conferências está também prevista uma abordagem ao "estado geral do cante alentejano".
No último dia do festival é atribuído o Prémio Imaterial, que visa "saudar e agradecer" a uma personalidade ou artista cujo percurso tenha sido "decisivo no incentivo ao diálogo entre diferentes culturas, no estímulo ao cumprimento dos direitos humanos e na defesa da igualdade de relacionamento e da paz entre os povos".
O Imaterial é organizado pela Câmara Municipal de Évora, em parceria com a Fundação Inatel.
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