O artista visual Rui Mourão inaugura na quinta-feira a exposição individual 'Dois (Two)', com uma videoinstalação multicanal, no Museu de Arte de Skövde, incluída no programa GIBCA Extended, desta 11.ª edição da Bienal, e das residências AiRS.

A GIBCA foi lançada em 2001 e estabeleceu-se como um dos principais eventos do setor na região nórdica.

Este ano, com direção curatorial de Lisa Rosendahl, a bienal tem estado a decorrer em dois momentos, um entre 05 de junho e 22 de agosto e o outro entre 04 de setembro e 21 de novembro, com a GIBCA Extended em ligação a ambos, num programa de exposições em galerias, museus e plataformas curatoriais para aprofundar o tema 'The Ghost Ship and the Sea Change' ('O Navio Fantasma e a Mudança do mar', em tradução livre).

A exposição de Rui Mourão, que apresenta "uma espécie de jornada xamânica em sucessão onírica de imagens duplas que oscilam entre realidade e ficção", ficará patente no Konstmuseet de Skövde até 17 de outubro.

Na sexta-feira haverá também uma conversa pública com o artista no museu às 13:00 locais, sobre este trabalho, que foi um dos finalistas para o prémio de videoarte do Euro Fest, em São Petersburgo, em 2020.

No segundo momento da Bienal de Gotemburgo, a abrir em setembro - com novas exposições na cidade -, foram convidados outros artistas a participar, entre eles o português Pedro Neves Marques, que vive e trabalha em Nova Iorque, como artista visual, realizador e escritor.

Na realização, Neves Marques conquistou, no ano passado, o prémio Coelho de Ouro para melhor curta-metragem 'A Mordida' no festival Mix Brasil de Cultura e Diversidade, em São Paulo, no Brasil, também nomeada para os prémios da Academia Europeia do Cinema 2020, depois da distinção no festival de 'curtas' Go Short, dos Países Baixos.

A curta-metragem estreou-se no Festival de Cinema de Toronto de 2019 e passou pelos festivais de Nova Iorque, Glasgow, Winterthur e Moscovo, entre outros, num total de 40 seleções para festivais e mostras de cinema nacionais e internacionais.

Pedro Neves Marques é autor do ensaio 'Contaminação por capital: Violência contra a terra, violência contra os nossos corpos', publicado para a Revista Punkto.

Foi também um dos 69 artistas convidados da Bienal de Arte Contemporânea de Gwangju, que decorreu entre 26 de fevereiro e 9 de maio de 2021, naquela cidade da Coreia do Sul.

Rui Mourão é artista visual e investigador em estudos artísticos, e tem vindo a trabalhar a videoarte em relação com antropologia audiovisual, instalação e performance.

Estudou artes na Universidade Autónoma de Barcelona e no Centro de Estudos Cinematográficos da Catalunha, na Escola Maumaus em Lisboa, e na Academia de Artes de Malmö, na Suécia.

Fez pós-graduação em Culturas Visuais Digitais e mestrado em Antropologia -- Cultura e Sociedade, ambos no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresas, em Lisboa.

É atualmente doutorando em Estudos Artísticos na Universidade Nova de Lisboa, com bolsa de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

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