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Alkantara Festival vai ter 20 espetáculos a refletir sobre atualidade

O Alkantara - Festival Internacional de Artes Performativas anunciou hoje que vai apresentar em Lisboa, em novembro, 20 espetáculos, nove em estreia absoluta, numa programação que pretende promover a reflexão sobre temas como a crise ambiental e as identidades marginalizadas.

Alkantara Festival vai ter 20 espetáculos a refletir sobre atualidade
Notícias ao Minuto

21:36 - 13/10/20 por Lusa

Cultura Festival

Cinco espaços de Lisboa - Centro Cultural de Belém, Culturgest, São Luiz Teatro Municipal, Teatro do Bairro Alto no Lux, e Teatro Nacional D. Maria II - serão, entre 13 e 29 de novembro, o palco do Alkantara Festival, que a partir deste ano passa a realizar-se anualmente, em novembro, de acordo com a organização.

Dança, teatro, 'performance', conversas e debates constituem a programação da edição de 2020, reunindo duas dezenas de artistas de várias proveniências disciplinares e culturais, com obras que pretendem "estimular a discussão pública", segundo a direção artística, da responsabilidade de Carla Nobre Sousa e David Cabecinha.

Em estreia absoluta serão apresentados os espetáculos 'Heading Against the Wall', de Cão Solteiro & André Godinho, que explora a possibilidade de se fazer teatro fora do teatro e será apresentado em duas versões, para ver em casa ou ao vivo, no Teatro do Bairro Alto (que, por ter o seu espaço em obras, se apresentará no Lux), ou 'Still Dance for Nothing' (2020), criado pela coreógrafa Eszter Salamon, em colaboração com a bailarina Vânia Doutel Vaz.

Ainda em estreia absoluta estarão 'Tafukt', que marca o regresso ao Alkantara do coreógrafo de origem marroquina Radouan Mriziga, 'Sexta-feira: O fim do mundo... Ou então não', o quinto capítulo do projeto 'Sete Anos Sete Peças', da coreógrafa Cláudia Dias, 'Grinding The Wind', um trabalho da artista palestiniana Dina Mimi, com comissariado de The Consortium Comissions - uma iniciativa de Mophradat para promover artistas do mundo árabe -, e 'The Anger! The Fury!', da coreógrafa e dramaturga Sónia Baptista.

Genericamente, no programa do Alkantara Festival 2020, vão estar em destaque projetos que "contribuem para reflexões sobre a crise ambiental, que contrariam a 'invisibilização' de identidades marginalizadas ou que investigam sobre a capacidade de construção e reinvenção de sentidos em cena", segundo a direção artística.

Entre edições, "as questões, projetos e práticas abordadas no festival serão aprofundadas em residências artísticas, 'workshops' e encontros públicos", programados maioritariamente no Espaço Alkantara, para "acompanhar os trabalhos artísticos de forma duradoura e dar continuidade às discussões que esta edição vai permitir partilhar com o público", adiantam.

Ao longo do festival, no São Luiz Teatro Municipal, será possível descobrir a rede Terra Batida, proposta por Marta Lança e Rita Natálio, através de um conjunto de atividades com entrada livre, e no âmbito da qual serão apresentadas pesquisas, conversas e debates, com propostas de Ana Rita Teodoro, Maria Lúcia Cruz Correia, Sílvia das Fadas, Vera Mantero.

Também em estreia absoluta, as 'performances 'Superintensiva', de Marta Lança, 'Rasante', de Joana Levi, e 'Fóssil', de Rita Natálio.

Em estreia nacional serão apresentados quatro espetáculos: 'Farci.e', de Sorour Darabi, artista de origem iraniana, que encontra na dança uma forma de resistir à violência da língua que obriga a definir e separar o masculino e o feminino; 'Cutlass Spring', que traz pela primeira vez a Portugal a coreógrafa canadiana Dana Michel, sobre o mistério em que se tornou a sua identidade sexual.

Ainda 'Histoire(s) du Théâtre II', do coreógrafo congolês Faustin Linyekula - que em 2016 foi Artista na Cidade de Lisboa - e 'L'Homme rare', de Nadia Beugré, uma coreógrafa nascida na Costa do Marfim, que criou uma coreografia para cinco homens, partindo de movimentos considerados femininos para confundir as perceções de género.

O programa do Alkantara Festival 2020 acolhe ainda a antestreia de 'Glottis', no Centro Cultural de Belém, uma espécie de concerto dançado da coreógrafa Flora Détraz, em que três figuras comunicam com o desconhecido.

O Teatro Nacional D. Maria II recebe também "Coreografia", o mais recente trabalho de João dos Santos Martins, que traduz a procura do coreógrafo para construir uma dança que é um texto, e escrever um texto que é uma dança.

Além do programa de espetáculos, no festival realizam-se duas sessões do Fórum Cultura, um espaço para discutir temas-chave para o desenvolvimento profissional do meio artístico, organizado em parceira com o Polo Cultural das Gaivotas-Boavista/Loja Lisboa Cultura, no âmbito do programa Pista.

O primeiro encontro acontece no dia 16 de novembro, às 15:00, será dedicado à 'Representatividade Negra nas Artes Performativas: Significados, Limites e Políticas de Ação Afirmativa', e conta com a moderação da investigadora Raquel Lima.

O segundo realiza-se a 21 de novembro, à mesma hora, e terá por tema 'A coprodução nos bons e maus momentos', e moderação da gestora cultural Vânia Rodrigues.

Ambos os encontros são de participação livre, com transmissão 'online'.

Desde 2006, em Lisboa, o Alkantara Festival tem vindo a apresentar um programa experimental de dança, teatro, 'performances', conversas, concertos e outras atividades, e tem a sua génese ligada ao Danças na Cidade (1993-2004), festival fundado pela bailarina Mónica Lapa (1965-2001).

Alkantara é uma associação cultural sem fins lucrativos, centrada na promoção e desenvolvimento de projetos na área das artes performativas.

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