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Fadista Deolinda de Jesus lança novo álbum 'Travo de Sal'

A fadista Deolinda de Jesus apresenta na quinta-feira, no Fórum Luísa Todi, em Setúbal, o seu novo álbum, 'Travo de Sal', 20 anos depois da estreia discográfica.

Fadista Deolinda de Jesus lança novo álbum 'Travo de Sal'
Notícias ao Minuto

14:19 - 23/10/18 por Lusa

Cultura Música

"Sou de uma família de fadistas, comecei a cantar aos 16 anos, e logo com espetáculos com nomes de referência como o Rodrigo e o Vasco Rafael", disse Deolinda de Jesus, que se definiu como "uma fadista tradicional, e agora totalmente dedicada ao fado".

"Vindo de uma família fadista, eu bebi muito fado na linha [do Estoril] em casas como o Picadeiro, do António Chainho, Forte D. Rodrigo, do Rodrigo, ou o Kopus Bar", disse a intérprete, que neste CD gravou 'Pedaços de Vida' (Artur Ribeiro/Fado Tamanquinhas de Carlos Neves), do repertório de Maria Valejo.

Referindo-se ao álbum 'O Travo de Sal', Deolinda de Jesus afirmou que tem a expectativa que a torne "conhecida a nível nacional".

"Com este disco, quero dizer: 'eu estou cá'. Com ele, pretendo que conheçam o meu trabalho e a minha voz", declarou.

O álbum é, maioritariamente, constituído por temas do repertório fadista, como 'Nada é Pobre Quando é Povo' de Vasco de Lima Couto e António Chainho, uma criação de Rodrigo, 'O que é que eu digo à Saudade' de José Luís Gordo, Mário Rainho e José Fontes Rocha, da fadista Maria da Fé, ou 'Fado Varina', de José Carlos Ary dos Santos e Moniz Pereira, do repertório de Carlos do Carmo, entre outros.

"São temas que eu gosto, aos quais dou a minha interpretação, aproprio-me, à maninha maneira, das palavras dos poetas, pois cada um sente de sua forma, e daí ter ido buscar estes e outros fados, que os torno meus. Por exemplo, o repertório do Rodrigo sendo tão rico, é pouco procurado, e eu canto 'Nada é Pobre Quando é Povo' desde os meus 18 anos, e como está muito atual, decidi gravar", disse a fadista de 58 anos.

Citando um dos poemas inéditos que gravou, 'Eu sinto o fado no peito', de Alexandrina Pereira, Deolinda de Jesus afirmou: "O fado desliza em mim/Canto-o cá ao meu jeito/A minha forma de o sentir".

A fadista gravou este poema na melodia do Fado Três Bairros, de Casimiro Ramos.

Entre os inéditos, conta-se ainda 'Um Travo de Sal', que o poeta Orlando Curto, ex-presidente da Câmara de Setúbal, lhe ofereceu para incluir no seu primeiro disco, 'Estilos', "o que não veio a acontecer, e veio agora dar título a este CD, com música de Carlos Heitor da Fonseca".

Outros inéditos são 'As Tuas Mãos são Outono', de Alexandrina Pereira, que gravou na melodia tradicional do Fado Alfacinha, de Jaime Santos, e também desta poetisa, 'Um Aroma de Saudade', com música de Heitor Fonseca, que assina a música e a letra de 'A Noite, o Fado e eu'.

Deolinda de Jesus apresenta este álbum na quinta-feira à noite, no palco setubalense, num espetáculo que conta com a participação dos fadistas António José Proença, António Pinto Basto, Filipe Duarte, Miguel Camões, Miguel Ramos, Nuno Aguiar e Quim Gouveia, que serão acompanhados pelos músicos Múcio de Sá, na guitarra portuguesa, Carlos Fonseca, na viola, e Miguel Silva, na viola baixo.

O disco foi gravado no estúdio da Casa da Cultura de Setúbal e o alinhamento inclui 'Rosa Vermelha' (Ary dos Santos/Alain Oulman), uma criação de Amália Rodrigues e "Prece", de Pedro Homem de Mello, musicada por Rui Veloso.

Da música "pop com um arranjo fadista do Múcio de Sá e Carlos Fonseca", Deolinda de Jesus gravou 'Travessa do Poço dos Negros' (João Gil/Luís Represas).

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