'Germinal', que já esteve em exposição este ano na Galeria Municipal do Porto, abre ao público no Museu Arte Arquitetura Tecnologia (MAAT) e apresenta uma seleção de algumas das cerca de 400 obras de artistas portugueses que Pedro Cabrita Reis comprou para uma coleção pessoal, adquirida em 2016 pela fundação EDP.

Ocupando mil metros quadrados, a exposição reúne cerca de 40 obras que desvendam inícios de percurso artístico de nomes como João Pedro Vale, Rui Toscano, João Paulo Feliciano, Joana Vasconcelos, Vasco Araújo, António Olaio, Miguel Palma, João Tabarra e Jorge Queiroz, em pintura, escultura, instalação e vídeo.

Numa visita aos jornalistas, Pedro Gadanho, diretor do MAAT e um dos curadores, explicou que a coleção de Pedro Cabrita Reis é um espécie de "'road map' em que se identificam os valores futuros, aqueles que estão a emergir e vão ser importantes para a história da arte portuguesa".

"Era já evidente que [a coleção] era bastante representativa no que diz respeito à história recente da arte portuguesa, porque o colecionador, sendo artista e estando muito embrenhado no meio artístico nos anos 1990 e seguintes, tinha possibilidade de interagir e perceber quem é que estava a surgir", afirmou.

Na exposição, muitas das obras foram colocadas em diálogo em núcleos distintos, como as três instalações com ligações diretas à música, por via de uma guitarra elétrica em permanente distorção com um amplificador (Carlos Roque), um acrílico assente em dois rádio-gravadores (Rui Toscano), e um manequim com um leitor portátil de cassetes (Rui Valério).

'Germinal' ficará patente no MAAT até 31 de dezembro. Segundo Pedro Gadanho, está em aberto a possibilidade de 'Germinal' ser apresentada noutras cidades.

Durante uma década, entre 1995 e 2005, Pedro Cabrita Reis adquiriu quase 400 obras de artistas portugueses, muitos dos quais emergentes à época. A coleção foi adquirida por 1,5 milhões de euros pela fundação EDP e faz hoje parte do denominado 'Núcleo Pedro Cabrita Reis' dessa coleção.

"Olhando para trás e relembrando esses quase dez anos, o que na prática fiz foi viajar, conhecer e acompanhar outros que, como eu, transportavam consigo a vontade de transformar o mundo através do seu olhar, do seu pensamento e das suas mãos", afirma Pedro Cabrita Reis, na catálogo da exposição.

A propósito desta exposição, a Fundação EDP inaugura hoje uma nova instalação de Pedro Cabrita Reis, uma escultura de luz e alumínio intitulda 'Central Tejo', que ficará em permanência no pontão junto ao 'campus' da Fundação EDP.