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Celebrar "a primeira linha" da música portuguesa com vinho à mistura

Dias antes do EA Live, o Notícias ao Minuto esteve à conversa com a organização e com os artistas que vão marcar presença na próxima quarta-feira no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Allen Halloween, Luís Severo, You Can´t Win Charlie Brown, The Legendary Tigerman, Samuel Úria, Mão Morta, Linda Martini e um Encore Project que homenageia os Heróis do Mar vão celebrar o melhor da música portuguesa, sempre com o vinho à mistura.

Celebrar "a primeira linha" da música portuguesa com vinho à mistura
Notícias ao Minuto

14:30 - 29/05/18 por Pedro Bastos Reis

Cultura EA Live

As EA Live Sessions surgiram em 2016, na altura num formato mais pessoal. Concertos privados, gravados e depois colocados nas redes sociais, em que os artistas davam entrevistas no final. A ideia era promover a marca de vinhos EA – Cartuxa e, também, a música portuguesa, fazendo já nessa altura uma ligação entre música e vinho, num formato mais íntimo.

O projeto abre-se agora (definitivamente) ao púbico e logo com um salto para o o Coliseu dos Recreios. No próximo dia 30 de maio, quarta-feira, uma das mais emblemáticas salas do país – e “uma das mais bonitas do mundo”, segundo o curador do evento, Luís Carvalho, mas já lá vamos – recebe oito concertos, incluindo um Encore Project, a encerrar a noite, que se adivinha memorável.

“Temos oito bandas perfiladas, que vão tocar em 40 minutos o melhor que têm a dar ao público, numa curadoria que tem uma lógica de coisas que inspiram e que vão inspirar, ou seja, novos talentos misturados com consagrados”, explica ao Notícias ao Minuto Luís Carvalho, organizador do evento, que classifica o EA Live como uma “celebração e representação da música portuguesa”

De acordo com o curador do festival, tudo isto pretende ligar a marca de vinhos EA às artes. Depois das sessões dos últimos dois anos, fazia todo o sentido levar o projeto ao grande público. É também, para a EA – Cartuxa, uma forma de levar o vinho a novos consumidores.

“Chegámos agora a uma fase mais maturada, em que nos dedicámos a interpretar a música enquanto forma de comunicar uma marca de vinhos. É uma experiência nova, um conceito novo, e estamos muito expectantes por vermos que conseguimos trazer para este projeto os nomes de primeira linha da música portuguesa, e que nos dá também a possibilidade de nos aproximarmos de novos consumidores”, diz o engenheiro José Mateus Ginó, presidente do conselho executivo da Fundação Eugénio de Almeida, proprietária da marca EA – Cartuxa e que ajudou a tornar o evento possível.

Estes nomes da “primeira linha” da música nacional vão do rock ao hip-hop, do folk ao pop. A diversidade é muita. Allen Halloween, Luís Severo, You Can´t Win Charlie Brown, The Legendary Tigerman, Samuel Úria, Mão Morta e Linda Martini são os artistas no cartaz do EA Live, a que se junta aí o tão aguardado Encore Project, uma homenagem aos Heróis do Mar, que contará com a presença do vocalista Rui Pregal da Cunha e com a preparação de Francisco Rebelo.

Coliseu, uma sala mítica

Na sessão de apresentação do evento à imprensa, os músicos que na próxima quarta-feira pisam o palco do Coliseu dos Recreios sublinham todos a importância daquela sala. Muitos já lá tocaram, outros vão estrear-se.

Primeira vez ou não, como realça Paulo Furtado, mais conhecido pelo seu alter-ego The Legendary Tigerman, que recentemente partilhou este palco com os Linda Martini, “tocar no Coliseu tem sempre esse lado especial” e é motivo de felicidade. No mesmo sentido, os seus parceiros da Rumble in The Jungle, que antes desse evento conjunto se apresentaram por lá com o lançamento de ‘Sirumba’, em 2016, garantem que tocar no Coliseu está longe de se tornar banal.

“O Coliseu é das salas mais especiais e míticas do país, e sentimos sempre um prazer enorme em vir cá tocar”, diz Pedro Geraldes, com a aprovação de Cláudia Guerreiro. “A primeira vez foi especial porque viemos apresentar um disco. A segunda foi especial porque tocámos com o Tigerman. Esta vai ser especial porque é um festival diferente”.

Quem também já sabe o que é estar naquele palco é Samuel Úria que, no entanto, nunca lá tocou “enquanto Samuel Úria”, mas só em concertos de abertura para outros artistas. Razão para a motivação para este concerto ser especial. “Para a música popular, o Coliseu é, de certeza, a sala mais emblemática. É o santo dos santos. Por causa disso há um prestígio associado que não vamos querer desonrar com as nossas atuações. Não é que o peso da sala seja esmagador, mas é motivador e galvanizante, e queremos respeitar a história e tradição deste sítio”, realça.

Estreantes nestas andanças são Allen Halloween, Luís Severo e os You Can´t Win Charlie Brown. “É uma sala onde nunca tocámos e fazê-lo é um desejo grande de qualquer banda portuguesa”, diz Afonso Cabral.Luís Severo, prefere ver este concerto como qualquer outro, com a consciência de que irá conseguir chegar a mais gente. “Claro que existe essa dimensão de chegar a público que à partida não te ia ver porque vai ver outras coisas e, nesse sentido, acaba a conhecer-te. Isso é ótimo”. “Acho que com os anos de estrada, o sentir dos palcos é no fim. Depois do concerto é que posso dizer que ‘gostei bué de tocar no Coliseu’”, realça, por seu lado, o rapper Allen Halloween.

Para fechar a noite, a homenagem aos Heróis do Mar, uma banda que, curiosamente, nunca tocou no Coliseu dos Recreios. O Encore Project será, por isso, a primeira vez em que o reportório da mítica banda portuguesa dos anos de 1980 terá as suas canções a serem tocadas ao vivo naquele espaço, motivo de regozijo tanto para o ex-vocalista da banda Rui Pregal da Cunha como para Francisco Rebelo (Orelha Negra), “fã dos Heróis do Mar desde sempre”, que tem a direção artística a seu cargo.

“Uma celebração da música portuguesa, da diversidade e da qualidade”

Oito horas de música, sete bandas e um projeto de homenagem, e, diz Luís Carvalho, muitas bandas ficaram de fora. O que demonstra o bom momento que se vive para a música portuguesa. “Nenhum dos projetos se repete com o que fizemos no ano passado e há muitos que ficaram de fora, que não consegui pôr no cartaz. E isso é uma alegria maior para a música portuguesa. Há qualidade, muita diversidade, e muita coisa para descobrir”, garante o organizador do EA Live.

A diversidade musical traduz-se também no facto de todas as bandas e artistas terem a facilidade de agradar a vários públicos. Dificilmente alguém irá a este evento apenas para ver uma banda. Uma motivação, diz Samuel Úria, porque “queremos apresentar-nos e conhecer os públicos que cada um de nós vai trazer”. O desejo de ver os artistas favoritos em palco estará lá, certamente, mas a abertura e disponibilidade para ficar a conhecer outros projetos também. Um sentimento que se alarga às bandas.

“Sabe sempre bem ir tocar a um evento em que és fã de todos os outros artistas. É muito fixe poderes partilhar o palco com outros artistas que admiras, teres uma visão privilegiada e partilhares o momento com eles”, destaca Hélio Morais, baterista dos Linda Martini. “Dá vontade de ver os concertos todos”, acrescenta o seu colega de banda André Henriques. “Estou feliz também por tocar com tantas boas bandas que quero ver. Mais do que qualquer outra coisa, vai ser uma celebração da música portuguesa e da própria diversidade e qualidade”, resume Paulo Furtado.

Para além dos concertos, os presentes terão ainda o prazer de assistir a um espetáculo de VJ e animação, a cargo de Fllippo Fiumani (que desenhou o cartaz do evento), e com a presença de Carolina Bernardo, apresentadora das EA Live Sessions do ano passado, que “vai dirigir, de forma controlada e descontrolada, tudo o que vai acontecer no backstage e o que está a acontecer por ali. E isso será partilhado com o público enquanto espera que as bandas entrem em palco”, revela Luís Carvalho.

Tudo somado, é a garantia de uma noite memorável. Como diz José Mateus Ginó, o EA Live “pode ser uma boa ajuda para afirmar a música portuguesa e dar correspondência àquilo que são as pretensões de uma marca, também ela portuguesa, do Alentejo” e “fazer uma aproximação ao mais vasto público, tendo representado, nestas oito bandas, o gosto transversal a uma grande parte dos apreciadores de música”.

Os bilhetes para o evento custam 15 euros e estão à venda nos locais habituais. Mais informações sobre o evento podem ser consultadas no site oficial do EA Live.

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