Diretor-geral da APED avisa: "Preços ainda têm espaço para aumentar"
Gonçalo Lobo Xavier explica que o "aumento dos custos dos fatores de produção não acabou e está longe de acabar". Alerta também que "enquanto não conseguirmos resolver a questão energética, a cadeia de valor continuará pressionada".
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Economia Supermercados
Está tudo mais caro, a taxa de inflação continua a acelerar, mas ainda há margem para mais aumentos de preços. O aviso é do diretor-geral da Associação de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, que aponta para o aumento dos custos de produção - e não só.
"Os preços ainda têm espaço para aumentar, porque o aumento dos custos dos fatores de produção não acabou e está longe de acabar. Os preços vão aumentar na produção, no transporte, no armazenamento e, muito provavelmente, no cliente final. Não na mesma proporção, continuaremos a bater-nos para que seja o menos possível. E que não seja proporcional ao aumento que estamos a receber de quem nos entrega os produtos", disse Gonçalo Lobo Xavier em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1.
Na opinião do diretor-geral da APED, "enquanto não conseguirmos resolver a questão energética, a cadeia de valor continuará pressionada".
E a questão, explica Gonçalo Lobo Xavier, é que não há uma previsão: "Não consigo arriscar. Basta pensarmos que houve um aumento substancial dos cereais e fertilizantes por causa da guerra. Agora, há alguma abertura dos produtos que vêm dessa geografia, temos esperança de que haja uma baixa de valor da matéria-prima e, consequentemente, dos produtos".
O responsável da APED explica que "hoje, reparar um camião ou remodelar uma frota tem um custo muito superior do que tinha há dois anos e o transporte de bens de outras geografias é o que se sabe. O custo dos combustíveis também".
"Apesar do esforço que temos feito para não repercutir, há um ponto em que se torna praticamente impossível não o fazer. Não é apenas no nosso setor, é em todos. É um caminho difícil que vamos ter de enfrentar e que precisa de investimento e empresas fortes", acrescenta Gonçalo Lobo Xavier.
O cabaz de bens alimentares essenciais custa, atualmente, 210,85 euros o que significa mais 27,22 euros (ou 14,83%) do que custava a 23 de fevereiro, véspera da guerra na Ucrânia, de acordo com a monitorização semanal de preços realizada pela DECO Proteste.
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