Estados Unidos pressionaram encontro mundial sobre internet
O criador do Wikileaks Julian Assange declarou na quinta-feira que os Estados Unidos evitaram uma resposta adequada à segurança na internet na Carta de Princípios de um encontro internacional sobre a rede mundial no Brasil.
© REUTERS
Tech Assange
"O Netmundial decorreu sob pressão dos Estados Unidos, o que pode ser provado pelas palavras usadas no documento acordado", disse Assange, referindo-se à Carta de Princípios do evento que, alegou, não contempla a questão da segurança de forma adequada.
O NETmundia, que ocorreu entre quarta e quinta-feira, em São Paulo, reuniu representantes de governo e da sociedade civil para discutir princípios de governação e gestão da internet.
O ativista australiano participou via skype num debate da Arena Mundial, evento paralelo ao NetMundial, dedicado à sociedade civil. ~
Assange, que está há dois anos exilado na embaixada do Equador em Londres, apareceu no vídeo com barba, e usando uma camisola do Brasil.
"Os Estados Unidos e a Inglaterra são colonialistas na Internet, e reconhecem como uma ameaça a criação de espaços alternativos na rede", realçou Assange.
O criador da Wikileaks afirmou também que as poucas diferenças que existiam entre Internet e sociedade estão a desaparecer.
Assange também comentou sobre o Marco Civil da Internet, lei sancionada na quarta-feira no Brasil, e disse que o risco do início de um processo de regulamentação é o de que a legislação seja corrompida por grandes corporações e pela pressão de outros governos.
Participaram também no debate sobre segurança na era da internet e soberania digital Jacob Applebaum, investigador norte-americano em segurança e um dos membros da rede de anonimato Tor, Natália Vianna, responsável pelo Wikileaks no Brasil, Sérgio Amadeu, sociólogo e pesquisador da cultura 'hacker', e Roy Singham, CEO da empresa ThoughtWorks, que defende a privacidade nos países do sul.
Os participantes no debate fizeram um apelo para que o Governo brasileiro aceite o asilo político de Edward Snowden, que revelou informações confidenciais dos Estados Unidos, através da Internet, e para que ajude a mediar as negociações entre Equador e Inglaterra.
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