PS exige que Passos lute por mecanismos de flexibilidade
O PS considerou hoje que o primeiro-ministro tem a "obrigação patriótica" de lutar para que Portugal tenha pleno acesso aos mecanismos de flexibilidade para efeitos de cálculo do défice projetados pela Comissão Europeia.
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Política União Europeia
Este desafio foi feito pelo vice-presidente da bancada socialista Vieira da Silva, numa intervenção em plenário, na Assembleia da República, durante a qual acusou o primeiro-ministro de estar "no lado errado da História" e apelou também ao Governo para acabar com "a ladainha" de que Portugal não é a Grécia, porque os dois países apresentam alguns problemas comuns.
Na sua intervenção, Vieira da Silva evidenciou a decisão da Comissão Europeia no sentido de "flexibilizar as condicionalidades da política económica para os Estados-membros, permitindo que alguma despesa pública não seja incluída no cálculo do défice para efeitos de avaliação dos limites do PEC" (Pacto de Estabilidade e Crescimento).
Para o ex-ministro socialista, "todos temos a obrigação patriótica de lutar para que Portugal tenha acesso pleno à flexibilidade agora aprovada".
"É agora que Portugal mais precisa de estímulos para a recuperação económica e é agora que a voz do Governo de Portugal se devia claramente ouvir", justificou.
Em relação ao primeiro-ministro, Vieira da Silva criticou-o por ter feito "inúmeras intervenções a desvalorizar e a criticar" as medidas de flexibilização para efeitos de cálculo do défice e de também ter estado "no lado errado da História" ao "opor-se "à intervenção do Banco Central Europeu nos mercados das dívidas soberanas".
Na reação a este discurso, o deputado do PSD Hugo Soares contrapôs que quem esteve no lado errado da História foi o anterior Governo socialista "que quase levou o país à bancarrota, que aumentou ao défice e a dívida de forma exponencial, o que motivou a intervenção externa".
Hugo Soares defendeu também a existência de grandes diferenças entre Portugal e a Grécia, não só em termos de indicadores macroeconómicos, mas também ao nível político.
"Basta olhar para o Syriza português, o Bloco de Esquerda, que tem cada vez menor força eleitoral", afirmou o ex-líder da JSD.
Já a deputada do Bloco de Esquerda Cecília Honório desafiou Vieira da Silva a esclarecer em definitivo a posição do PS em matéria de renegociação da dívida, considerando que o atual líder dos socialistas, António Costa, nada tem dito em concreto sobre esta matéria.
Vieira da Silva respondeu que o PS defende soluções de compromisso na União Europeia e que "dá uma atenção particular ao quanto custa hoje o pagamento de juros da dívida em Portugal".
"Portugal paga mais juros em percentagem do PIB do que a Grécia. Essa é uma diferença entre os dois países", apontou o ex-ministro da Economia do segundo executivo liderado por José Sócrates.
Pela parte do PCP, a deputada Paula Santos acusou também o PS de estar numa posição de indefinição, mas considerou "um mau augúrio" o apoio que deu à decisão do BCE de comprar dívida pública.
"Uma operação que mais não serve do que injetar dinheiro no sistema financeiro", sustentou Paula Santos.
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