Joaquim Murta e Roque Loureiro, respetivamente diretores do serviço de Oftalmologia nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e no Centro Hospitalar de Coimbra (CHC), explicaram à agência Lusa os ganhos com as fusões e enalteceram a melhoria na qualidade do serviço dispensado ao doente com este processo.

“Coimbra é um ponto de referência da Oftalmologia em Portugal. Temos condições únicas e, este grande polo de saúde, com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (IBILI), Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) e Associação para a Investigação Biomédica e Inovação de Luz e Imagem (AIBILI), com as suas sinergias, oferece um grande polo a nível nacional” na especialidade, disse Joaquim Murta.

O também diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra disse ainda que a 01 de setembro todas a valências passam a estar instaladas no CHUC, depois de um processo “solidificado”, com o qual se ambicionam “ganhos para os doentes, com aumento de qualidade e aumento da produção científica”.

“E tudo isto só seria possível com sinergias entre as diversas mais-valias de um lado e outro”, explicou Joaquim Murta, aludindo à “qualidade” da especialidade no Centro Hospitalar de Coimbra (que integra o habitualmente denominado Hospital dos Covões e o Hospital Pediátrico, além da Maternidade Bissaya Barreto) e nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Roque Loureiro, por outro lado, explicou que este novo Centro de Tratamento de Tumores Oculares, de quem foi “obreiro” Joaquim Murta, permite que os doentes possam fazer os tratamentos em Portugal, evitando onerosas deslocações à Suíça ou a Inglaterra, países que habitualmente acolhiam doentes com estas patologias.

“Estes processos [de fusão] beneficiam os doentes. Estamos em condições de assegurar que tudo vai correr bem e que haverá ganhos evidentes na Saúde, tanto na qualidade como na assistência”, sublinhou.

António Roque Loureiro salientou ainda que o processo de fusão da Oftalmologia em Coimbra, um ano e meio depois do anúncio, foi bem “interiorizado”, “todos perceberam” e isso foi o “ponto de partida para o sucesso”.

O responsável explicou que o “processo de fusão em curso junta os Serviços de Oftalmologia dos HUC, Hospital Geral (HG) e Hospital Pediátrico (HP), constituindo-se como a maior unidade de prestação de cuidados oftalmológicos em Portugal”.

“Visa potenciar as mais-valias existentes nessas três unidades, de que resultará, com toda a certeza, um Serviço de Oftalmologia do CHUC de ainda maior valor nos campos assistencial, formativo pré e pós-graduado e de investigação, que o tornará, mais que nunca, na unidade de referência da Oftalmologia portuguesa”, acrescentou.

Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração do CHUC, disse à Lusa que a fusão resultará num só serviço, com “grande ligação à investigação e ao ensino”, reforçando a importância da “excelência” de Coimbra na oftalmologia.

Estes três serviços, agora concentrados, salientou Martins Nunes, são responsáveis anualmente por mais de 8.500 cirurgias, 80.000 consultas, 3.000 intervenções com laser e mais de 100.000 exames complementares.

“Os doentes que eram tratados no estrangeiro passam agora a fazê-lo em Portugal. E isso só foi possível com as sinergias criadas com esta fusão”, disse Martins Nunes, numa referência ao esperado Centro de Tratamento de Tumores Oculares.