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O desabafo de um médico do SNS que se tornou viral

Médico está descontente com as condições que os profissionais de saúde têm para salvar vidas.

O desabafo de um médico do SNS que se tornou viral
Notícias ao Minuto

11:24 - 12/01/16 por Notícias Ao Minuto

País Redes Sociais

Tornou-se viral nas redes sociais aquele que será o desabafo de um jovem médico que se diz revoltado com o país em que vive e desmotivado perante as condições em que trabalha.

No Facebook foram várias as pessoas que partilharam o texto do anestesista do Funchal Ricardo Duarte, que se queixa de receber metade do que auferia há oito anos atrás e de trabalhar 65 horas por semana com um salário de 9 euros à hora.

A Visão entrou em contacto com o médico com 15 anos de experiência para perceber as razões do seu desagrado.

O médico de 38 anos, que apesar de tudo afirma gostar daquilo que faz, refere que o seu desabafo surge na sequência da morte de David Duarte, no Hospital de São José.

"Dois dias antes da morte do jovem nas urgências no S. José, fui com o meu filho ao centro de saúde para o vacinar mas não consegui porque não havia vacinas. Ora como é possível que o país se levante quando, pelas mais diversas razões, não se consegue salvar alguém mas ninguém se indigne por não haver prevenção?", começa por questionar o médico que assume, na sua publicação, que muitas vezes teve “de improvisar porque o fármaco x e y “não há” […] Temos vários ventiladores de 30 mil euros avariados porque “ninguém” pagou a manutenção."

"Vivo numa região em que se gastam muitos milhões em fogo-de-artifício e marinas abandonadas, sem existir contudo dinheiro para um monitor e um ventilador de transporte para a sala de emergência de um hospital dito central e centro de trauma certificado”, critica.

O texto de Ricardo foi inicialmente escrito no grupo fechado ‘Canal Médicos Unidos’ mas por insistência dos colegas, acabou por torná-lo público. Depois disso foi partilhado milhares de vezes.

Por fim, o profissional decidiu enviá-lo para o Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, para a delegação regional, e ainda para os candidatos a Presidente da República.

"Penso que como não referi aspetos específicos do hospital em que trabalho mas questões que são transversais a todo o meio médico, levou a que muitos se identificassem”, explica à Visão, referindo ainda que o texto aliviou-o “bastante. Mas falta-lhe ter algum tipo de consequências."

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