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Países que acolhem cérebros nacionais confiam no sistema educativo luso

Um estudo realizado por vários investigadores de instituições de Ensino Superior nacionais sobre a "fuga de cérebros" de Portugal para países europeus concluiu que os locais que absorvem portugueses "confiam" no sistema educativo português.

Países que acolhem cérebros nacionais confiam no sistema educativo luso
Notícias ao Minuto

19:04 - 18/09/15 por Lusa

País Estudo

O estudo chama-se "Brain Drain and Academic Mobility from Portugal to Europe" (BRADRAMO), que em português pode traduzir-se por "Êxodo de competências e mobilidade académica de Portugal para a Europa" e foi feito através de um questionário online a uma amostra intencional e não aleatória composta por 1.011 portugueses detentores de um diploma de Ensino Superior que estivessem a trabalhar ou a residir noutro país europeu ou que o tivessem feito nos seis anos anteriores.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador do BRADRAMO, Rui Gomes, explicou que o conceito de "êxodo" é muito próximo de uma decisão definitiva em que existe uma perda para o país emissor e um ganho do lado do país recetor, por oposição à noção de "diáspora" que significa trocas tendencialmente iguais entre os países.

Rui Gomes destacou de entre vários aspetos o "indicador de confiança no sistema educativo português", garantindo que "não existe de todo neste estudo referência a dificuldades [mencionadas pelos portugueses que decidem emigrar] relacionadas com a formação inicial".

"Há um reconhecimento de que as competências adquiridas foram importantes na capacidade de obter boas posições no sistema económico, académico e cultural dos países de emigração, lugares não conseguidos em Portugal", descreveu Rui Gomes que falava à margem da conferência "Fuga de Cérebros: A Mobilidade Académica e a Emigração Portuguesa Qualificada" que hoje está a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

O coordenador do BRADRAMO avançou que os portugueses que decidem partir para outros países da Europa "sentem valorizadas as suas competências profissionais e por oposição sentem uma enorme desvalorização do diploma internamente", dai que, continuou, "os factores de realização pessoal" assumam "um valor tão elevado" na motivação para ir para fora.

O BRADRAMO teve início em 2013, sendo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), bem como por fundos europeus, e envolve investigadores de três universidades portuguesas - Coimbra, Porto e Lisboa -, bem como de vários centros de investigação.

Além da análise dos dados e da troca de reflexões através da apresentação de outros estudos sobre temas semelhantes, hoje também foi lançado um livro que tem como base os resultados do BRADRAMO, nomeadamente o facto de a emigração ter "efeitos claros" no emprego, uma vez que 36,1% dos inquiridos estavam desempregados em Portugal e apenas 3,8% se encontram nessa situação no país de destino.

Por outro lado a emigração está também associada a um aumento dos rendimentos, uma vez que mais de 70% dos inquiridos declararam que recebiam m Portugal um salário inferior a 1.000 euros, enquanto mais de metade aufere um montante superior a 2.000 euros no país de destino.

O livro chama-se "Fuga de cérebros: retratos da emigração portuguesa qualificada", estando compilados 20 retratos sociológicos de pessoas entrevistadas para este estudo que também revela dados que os responsáveis consideram "curiosos" como que 27% dos inquiridos não se declara como emigrantes, 34% diz ser "cidadão do mundo" e 32% diz ver a mobilidade como "uma opção".

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