Moradores receiam impactos na saúde com a futura subestação elétrica
Moradores da freguesia da Penha de França, em Lisboa, manifestaram-se terça-feira preocupados com os impactos na saúde devido à futura subestação elétrica no Alto de São João, mas técnicos das empresas responsáveis pela infraestrutura garantem "elevados níveis de segurança".
© Global Imagens
País Lisboa
Durante a apresentação pública do estudo ambiental e projeto da subestação do Alto de São João, que decorreu ao final do dia, na freguesia da Penha de França, em Lisboa, os técnicos da REN (Redes Energéticas Nacionais) e da EDP, as duas empresas responsáveis pela implementação da infraestrutura, esclareceram as dúvidas da população, reforçando não haver riscos para a saúde.
Vários foram os moradores que se queixaram das implicações da construção da subestação para a saúde, assim como a desvalorização do território e do preço das habitações.
"Parece um paradoxo, porque se esta zona precisa de ser reabilitada, esta subestação vai afastar as pessoas", disse Marta, residente na Penha de França.
Segundo o técnico da REN, o projeto da subestação do Alto de São João "não é nenhum tipo de experiencialismo" e é uma "tecnologia madurada, utilizada há mais de 20 anos nos principais centros urbanos do mundo".
Em Lisboa, já existem duas subestações, em Sete Rios e Carriche, mas "passam despercebidas, pois estão inseridas no enquadramento paisagístico e urbano, o mesmo irá acontecer no Alto de São João.
Em relação às implicações para a saúde da população, o responsável da REN explicou que "a Direção Geral da Saúde fez vários estudos sobre o impacto dos campos eletromagnéticos e não chegou a nenhuma conclusão que façam mal à saúde".
"Não há riscos nenhuns para a saúde, nem para os trabalhadores, que são os que estão mais próximos das instalações de campos eletromagnéticos", disse.
De acordo com o técnico da EDP, trata-se de "uma tecnologia testada e validada, que irá reforçar a qualidade de serviço em relação à energia elétrica".
A EDP tem por todo o país 414 subestações e a REN tem 80, mas a futura subestação do Alto de São João será uma infraestrutura conjunta das duas empresas.
A participar na apresentação do estudo ambiental e projeto da subestação, o vereador do urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, reforçou que "o objetivo não é fazer-se infraestruturas contra as populações, antes pelo contrário".
Para o vereador, existem "crenças e receios das populações, mas quando se comprovam que não são verdade deixam de ser um problema, assim aconteceu há uns anos com campanhas contra as antenas de telemóveis".
O estudo ambiental sobre a futura subestação elétrica no Alto de São João, Lisboa, admite impactos negativos para os moradores da zona, como a necessidade de reinstalação de infraestruturas e uma menor qualidade ambiental, mas indica que não são significativos.
A subestação em estudo na freguesia da Penha de França visa a alimentação da rede de 60 quilovolts (kV), a partir da rede de 220 kV.
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